I SÉRIE — NÚMERO 90
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Também para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr.
Deputado José António Silva, do PSD.
O Sr. José António Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados, quem ouve a Sr.ª Ministra e o coordenador da saúde do PS, o meu amigo António Sales, pensa que
não há problemas na saúde, mas os problemas cada vez são mais.
Sr.ª Ministra, ainda há menos de uma semana, os munícipes do concelho de Porto de Mós, em Leiria,
manifestaram-se contra a falta de médicos no concelho. Há três freguesias em que, há mais de três meses, não
há um único médico e onde vivem pessoas com dificuldade de mobilidade, com parcos recursos económicos e
envelhecidas. Para conseguirem uma receita, têm de deslocar-se 10 km, 15 km ou 5 km de táxi para a obterem.
Esta população não reivindica muito, Sr.ª Ministra, pede apenas um médico. Para quando a satisfação desta
reivindicação?
Sr.ª Ministra, o anterior Governo lançou um plano de investimento para erradicar a hepatite C do nosso País.
Já tinha, em 2015, 15 000 doentes tratados. Sucede que o atual Governo alterou o modelo de financiamento,
que deixou de estar centralizado na ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde) desde 2018, e a
verdade é que, desde então, sucedem-se as denúncias que os doentes com hepatite C demoram meses, por
vezes meio ano, a serem tratados. A diretora do Programa Nacional para as Hepatites Virais, Dr.ª Isabel Aldir,
veio dizer que, em média, desde que o médico faz o pedido até o doente iniciar o tratamento decorrem dois
meses. O que lhe pergunto é muito simples, Sr.ª Ministra: consegue o Governo garantir que o tempo de espera
para estes doentes será inferior a dois meses? Consegue garantir-nos, Sr.ª Ministra, que todos os hospitais do
Serviço Nacional de Saúde onde se administra o tratamento para a hepatite C não deixaram de efetuá-lo a partir
de janeiro de 2019?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Joana Lima,
do PS.
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados,
obviamente que o Partido Socialista e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista também não podiam deixar de
associar-se ao assunto e ao tema da nova ala pediátrica do hospital de São João, no Porto.
Ouvimos muito atentamente as duas intervenções que visaram este assunto, a da Sr.ª Deputada Cecília
Meireles e a do Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite, que falaram no assunto como se não houvesse ontem, que
falaram no assunto como se tivesse começado connosco,…
Aplausos do PS.
… que falaram no assunto como se não tivessem inaugurado duas pedras e não tivessem deixado a obra a
meio, que falaram no assunto como se a sua responsabilidade fosse zero.
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — É vossa!
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Não, Srs. Deputados, a vossa responsabilidade é muita e este Governo, desde
que pôs a mão na massa, passe a expressão, começou a dar andamento ao assunto.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Pois, com certeza!
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Sr. Deputado, vai ouvir-me!
O processo cronológico da ala pediátrica tem andado e funcionado, conforme a Sr.ª Ministra nos foi dando
nota.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — E antes da Sr.ª Ministra, não há responsabilidade?