O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 92

34

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.

Deputados, há um equívoco que não pode passar aqui: é que parece que a culpa da degradação dos transportes

públicos, nomeadamente da Transtejo e da Soflusa, é dos utentes ou do PART, e eles não merecem essa

injustiça.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E isto por uma razão muito simples: Sr. Ministro, confrontei-o com

declarações suas feitas em 2017 e em 2018 em que o Sr. Ministro anunciava o reforço da frota da Soflusa e da

Transtejo, anunciava reforços de material circulante na CP e, portanto, já nessa altura se detetavam aumentos

da procura e dificuldades nos transportes.

O problema é que o Governo talvez tenha algum jeito para ganhar votos mas é completamente ineficaz a

governar.

Protestos do Sr. Deputado André Pinotes Batista.

E por que é que eu digo isto? É que o anterior Secretário de Estado das Infraestruturas e dos Transportes,

Guilherme d’Oliveira Martins, sabe quem é?…

O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Pensei que era quem vendeu o barco! Sérgio Monteiro!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não, depois há um outro que levou o País à bancarrota, mas não é desse

que eu estou a falar.

O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Pensei que era o Sérgio Monteiro!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Dizia Guilherme d’Oliveira Martins que há uma ideia errada de que não

há comboios suficientes e que os passageiros estão a perder qualidade nos serviços.

Ora, é exatamente esta falta de visão e de responsabilidade que nos levou aos dias de hoje, para além de

olharmos para a CP e para a Infraestruturas de Portugal como um todo e vermos que foram as mais cativadas.

Os senhores viveram cativados por Mário Centeno e é por isso que ainda hoje a Direção-Geral do Orçamento

alerta que, para a ferrovia, há mais cativações da ordem dos 53,2 milhões de euros. É este o problema!

É evidente que o PART e o aumento da procura trouxeram uma dificuldade nova, mas quem é que devia

prever? Quem é que devia acautelar? Quem é que devia encontrar soluções?

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Claro!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Por isso, quando pergunto aqui, de uma forma muito simples, o que é

que está previsto para a Linha de Cascais, em termos de material circulante novo, o Sr. Ministro responde 50

milhões mas sem me dizer para o que é. É que ele sabe que não é para material circulante, e isto quando

estamos na linha com o material circulante mais velho de toda a rede ferroviária.

Em Sintra perdem-se 175 comboios e, quando pergunto qual é o material circulante novo que vai surgir, o

Ministro nem sequer diz nada, porque sabe que a encomenda dos comboios foi feita tarde. Os senhores, desde

que chegaram ao Governo, sabiam que havia dificuldades e necessidade de material circulante, então, alguém

tem de explicar por que é que só agora se lançou o concurso de material circulante, que, obviamente, demora

tempo a construir e a chegar. Por que é que só agora? Porque os senhores trabalham para o voto e não

trabalham para resolver os problemas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É por isso que hoje também ficamos sem saber como é que vamos

resolver o problema da Linha de Sintra. Qual é o material circulante que vai chegar? Não vai chegar nenhum