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I SÉRIE — NÚMERO 36

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Quero, a este respeito, louvar o civismo que os portugueses têm demonstrado

e o sentido de responsabilidade com que têm sabido lidar com este fenómeno. Quero também agradecer todo

o empenho e mobilização dos profissionais de saúde, que pude, aliás, testemunhar diretamente em várias

ocasiões ao longo dos últimos dias, e manifestar plena confiança no seu trabalho.

Aplausos do PS.

É, pois, com sentido do risco mas com confiança que devemos viver este momento.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para formular perguntas ao Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Deputado Rui

Rio, do Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ouvi a sua intervenção, que foi uma intervenção

otimista — não vou dizer irritantemente otimista, mas é otimista — e espero, naturalmente, que tenha razão e

que as coisas sejam como está a dizer. No entanto, se a situação se agravar, obviamente será um fenómeno

exponencial, portanto, rapidamente crescerá muito.

Aquilo que temos ouvido não coincide exatamente com aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro aqui referiu. Temos

ouvido que faltam materiais nos hospitais. Há pouco disse que há não sei quantos milhões de máscaras em

stock, mas o que ouvimos é que falta material. Aquilo que ouvimos é que há uma certa descoordenação e uma

certa incapacidade de resposta da Linha Saúde 24; lemos, inclusive, que deram como conselho às pessoas que

estiveram junto do escritor chileno infetado que tirassem apenas a temperatura e que não precisavam de fazer

mais nada. Isto quando se suspeita que, mesmo assintomático, o vírus pode transmitir-se de umas pessoas

para as outras.

Referiu aqui, há pouco, que, nos aeroportos, para quem vem da China e de Itália, há um cuidado especial. A

informação que temos é que isso é verdade, nos casos de quem vem da China, mas para quem vem de Itália,

não. Ou seja, este cuidado especial era, até agora, apenas para quem vinha da China.

Portanto, pergunto-lhe se realmente é assim e se este cuidado foi alargado a quem vem de Itália, já que uma

das maiores vulnerabilidades de que ouve falar é, justamente, relativa ao facto de, nos aeroportos, as coisas

não estarem a funcionar como deveriam.

Por outro lado, a Sr.ª Diretora-Geral da Saúde diz que podemos chegar a um milhão de infetados, mas que

chegaremos a cerca de 20 000, seguramente. Assim sendo, sabendo de antemão que iremos para números

bastante grandes, a pergunta que lhe faço é: há realmente um plano de contingência? Se há, qual é o plano de

contingência?

É que aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro menciona são algumas medidas, mas que não estão devidamente

articuladas, em caso de crescimento exponencial da epidemia. O Sr. Primeiro-Ministro diz que há dois ou três

hospitais de retaguarda — já não sei se falou em dois ou em três —, mas acho que não pode haver só dois ou

três hospitais de retaguarda, tem de haver um plano em que estão todos os hospitais na retaguarda. Essa é que

é a questão.

Quando fala em 2000 camas disponíveis para isolamento, espero que assim seja, mas onde é que estão?

Não vejo, exatamente, onde é que possam estar, neste momento, essas 2000 camas.

Pergunto também como será feita a articulação com as Forças Armadas, seja para os hospitais das Forças

Armadas, seja para transporte de doentes que têm de ser transportados de forma isolada — e vai ser complicado

se, realmente, isto crescer da forma como poderá crescer.

Quanto às máscaras, diz que há máscaras em stock, mas temos informação em sentido contrário. Está

prevista uma produção em massa dos equipamentos necessários, que não são apenas as máscaras?

Os hospitais centrais, em que penso dar-se exatamente o contrário, estão salvaguardados. Pergunto se os

casos de menor importância estão nos hospitais de retaguarda para que os hospitais centrais possam dar

assistência às pessoas que precisem de cuidados intensivos?

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