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5 DE MARÇO DE 2020

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Ou seja, tudo o que o Sr. Primeiro-Ministro diz tem um cariz otimista e espero que seja assim, mas compete-

nos, já que trouxe aqui este tema — e bem! —, colocar claramente estas questões, para o Sr. Primeiro-Ministro

dizer o que está a ser feito ou, se ainda não for esse o caso, para que possa vir a ser feito de forma atempada.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Rio, a minha descrição não é otimista, é

puramente factual. É uma descrição do que tem sido feito e de qual é a situação neste momento.

Obviamente nós, políticos, temos sempre a tentação de nos querermos sobrepor com as nossas opiniões a

quem efetivamente sabe. Ora, acho que a boa experiência nos indica que, em matérias desta natureza, devemos

ter a humildade de ouvir quem sabe e não sobrepor a nossa opinião relativamente à de quem sabe.

Aplausos do PS.

Por mim, o Governo adotará todas as medidas que sejam determinadas pela Organização Mundial de Saúde

e, em concreto, pela Direção-Geral da Saúde. É a quem compete definir qual é o grau de intervenção que deve

ser adotado em cada caso e é assim que iremos fazer.

Por isso, não discuto os conselhos que são dados por quem responde da Linha Saúde 24, da mesma forma

que não me ponho a discutir o receituário que o meu médico me passa, nem o que deve fazer. Confio no meu

médico e sigo os seus conselhos e devo dizer-lhe que a minha saúde se tem dado bem com esta prática. Se

não é a que segue, recomendo-lhe vivamente que siga os conselhos do seu médico ou aqueles que lhe der a

Linha Saúde 24.

Risos do CH.

Relativamente ao stock de máscaras existente, é aquele que lhe disse: há 2 milhões de máscaras em stock,

há mais 1,6 milhões na Cruz Vermelha Portuguesa, que, naturalmente, estão a ser utilizados, como devem,

estritamente nos casos necessários, não sendo recomendada a utilização generalizada pela população. Estão

a ser usados, sobretudo, pelos profissionais de saúde, por quem está infetado ou por quem está em situação

de avaliação.

Quanto aos voos provenientes de Itália, desde o início desta semana que se adotou exatamente a mesma

medida que já vigorava relativamente aos voos provenientes da China: obtenção de contactos de todos os

passageiros, identificação de passageiros que estejam em estado de suspeição, de todos os passageiros que

tenham estado sentados nas suas imediações e das respetivas tripulações, de forma a haver uma informação

ativa dos cuidados que as pessoas devem ter nessas circunstâncias.

Finalmente, a reserva de camas, a nível nacional, é de 2000, distribuídas pelo País e que serão mobilizadas

em função das necessidades. Neste momento, temos cinco casos confirmados, temos pouco mais em situação

de avaliação e, portanto, não se justifica a utilização da totalidade. Serão mobilizadas em função da sua

necessidade.

Como sabe, estive ontem no Hospital de São João e tive a oportunidade de falar diretamente com os

responsáveis pelo serviço de infeciologia e de ver — através do vidro — os doentes que estão internados, tendo

contactado, aliás, com aquele que tinha o caso positivo. A resposta que os médicos me deram foi que, se houver

esse crescimento exponencial, para a generalidade das situações, o que será recomendável não será, sequer,

o internamento hospitalar, mas, pelo contrário, o isolamento resguardado em casa, como acontece com a gripe

comum. Só em situações críticas é que deverá haver transporte para o hospital, em caso de necessidade de

cuidados hospitalares, o que, para já, não acontece.

Os doentes que, neste momento, estão internados não estão por motivos clínicos, mas porque, havendo

capacidade nos hospitais, ali internados há menor risco de disseminação da epidemia. É essencialmente por

isso que estão internados e não pela sua situação clínica, que parece estar a evoluir positivamente.

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