26 DE SETEMBRO DE 2020
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O Sr. Presidente: — Bom dia, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, vamos dar início à nossa reunião plenária.
Eram 10 horas e 4 minutos.
Da ordem do dia de hoje, como sabem, constam duas reapreciações de Decretos da Assembleia da
República. Passamos, então, ao primeiro ponto, que incide sobre a Reapreciação do Decreto n.º 46/XIV —
Terceira alteração à Lei n.º 43/2006, de 25 de agosto, relativa ao acompanhamento, apreciação e pronúncia
pela Assembleia da República no âmbito do processo de construção da União Europeia.
Está inscrita para intervir a Sr.ª Deputada Constança Urbano de Sousa, do Grupo Parlamentar do PS. Tem
a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Constança Urbano de Sousa (PS): — Bom dia, Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em relação a este Decreto n.º 46/XIV, sobre o acompanhamento, pela Assembleia da República, do processo de construção da
União Europeia, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista analisou com toda a atenção os reparos do Sr.
Presidente da República. Já apresentámos propostas de alteração, no sentido de lhes dar acolhimento, ou seja,
de prever a realização, por semestre, de dois debates preparatórios do Conselho Europeu, alinhando, assim,
com o que está escrito no artigo 15.º do Tratado da União Europeia, que fixa precisamente o número de
Conselhos Europeus por semestre em dois, ordinários.
Isto sem prejuízo de a Comissão de Assuntos Europeus solicitar um debate preparatório de um Conselho
Europeu extraordinário, sempre que a agenda o justifique. Penso que assim poderemos ultrapassar as objeções
ou reparos do Sr. Presidente da República.
No entanto, gostaria de salientar um aspeto. Mais importante do que a quantidade é sempre a qualidade.
Penso que deveríamos ter especial atenção no agendamento destes debates europeus, no sentido de lhes dar
alguma autonomia, para que sejam debates mais profícuos e tenham a relevância que merecem, sem surgirem,
como surgem muitas vezes, na agenda, como meros apêndices de debates anteriores.
Mas isto não é uma questão de lei, é só mesmo uma questão de agendamento.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — A Mesa aguarda inscrições.
Pausa.
Sr. Deputado Duarte Marques, tem a palavra.
O Sr. Duarte Marques (PSD): — Sr. Presidente, estamos aqui novamente a discutir as alterações que foram propostas pelo PSD, e aprovadas também pelo Partido Socialista, sobre a alteração do modelo dos debates
sobre o Conselho Europeu.
Quando as apresentámos foi porque considerámos que os debates sobre as matérias europeias não tinham
o espaço adequado e merecido, nem a relevância que todos ou, pelo menos, a maioria deste Parlamento atribui
aos temas europeus.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Marques (PSD): — Sr. Presidente, S. Ex.ª o Presidente da República vetou estas mudanças porque entendeu que o debate que ficava garantido e expresso não era suficiente, apesar de, como todos
sabemos, a própria lei que regula estes debates permitir à Comissão de Assuntos Europeus marcar quantos
debates quiser sobre este assunto.
O que é facto é que, quando esta forma de acompanhar o trajeto europeu foi decidida, o habitual era haver
quatro cimeiras europeias, depois passaram a realizar-se seis e sete na mesma presidência, por vezes só para
ratificar o resultado de cimeiras informais e o Parlamento era obrigado a ir atrás desse número de cimeiras.