I SÉRIE — NÚMERO 11
26
acréscimos na retribuição do trabalhador e acréscimos para as contribuições pagas ao Estado pelas entidades
que tenham este regime de organização do trabalho.
Deixem-me dizer-vos, Sr.as e Srs. Deputados, que esta iniciativa — e sabê-lo-ão como eu — não foi uma
iniciativa em que tenham participado muitas entidades externas, no período de apreciação pública. No entanto,
gostaríamos de deixar aqui um destaque para o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, que, a
propósito desta iniciativa, referiu que, no global, a legislação que está atualmente em vigor é uma legislação
boa, pelo que não há necessidade de alteração, deixando, no entanto, a ressalva para que possamos, neste
Parlamento, contribuir cada vez mais para a proteção da parentalidade.
Sobre o parecer da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), como já era expectável,
a mesma pretende que todas estas alterações que hoje são propostas possam sair aprovadas deste
Parlamento. Portanto, nada de novo.
Quanto à postura que o Partido Socialista tem tido nesta matéria, e que o Sr. Deputado José Soeiro
também já referiu, pelos vistos, soubemos aqui, que foi com o acordo do Bloco de Esquerda — pensei que os
acordos formais e tácitos tinham sido na passada Legislatura mas parece que continuam — que o Partido
Socialista fez aprovar o artigo 250.º, onde é prometido aos portugueses, no Orçamento do Estado deste ano,
em vigor, que seria realizado um estudo sobre o impacto do trabalho por turnos e do trabalho noturno em
Portugal.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Mas, Sr.as e Srs. Deputados, estamos no final do ano, não conhecemos o desenvolvimento nem a conclusão desse estudo.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Deve estar na gaveta!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Entretanto, estamos a discutir o próximo Orçamento do Estado e nada sabemos.
Portanto, a culpa não é só do Partido Socialista, lamento dizer-lhe, Sr. Deputado José Soeiro — que
também é proponente e tem sido um fervoroso adepto destas matérias —, a culpa também é sua.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — A culpa também é do Bloco de Esquerda,…
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … do PCP, do PEV e do PAN, que têm suportado este Governo no País.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, resta-nos aqui ânimo e esperança, uma grande esperança naquilo que está a acontecer, neste momento, na concertação social.
A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Ora bem!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — A concertação social está, neste momento, a analisar o Livro Verde Sobre o Futuro do Trabalho e esperamos que desse Livro, que está a ser analisado e onde estão, inclusive, estas
matérias do trabalho noturno e do trabalho por turnos, possam sair decisões, propostas.
Não tenho dúvidas nenhumas de que serão propostas justas, equitativas, quer para as empresas, quer
para os trabalhadores. Portanto, a nossa esperança e o nosso ânimo é, precisamente, naquilo que irá sair
desta análise da concertação social.