22 DE JULHO DE 2021
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Quanto ao mais, Sr. Deputado, o esforço que tem sido feito pelo conjunto do País, de uma forma solidária,
para enfrentar coletivamente esta pandemia tem sido absolutamente notável. Todos perceberam muito bem o
que é o valor da solidariedade e neste momento de grande dificuldade todos conseguiram «fazer das tripas
coração» para responder, exceder e ultrapassar tudo o que era possível fazer.
O que diz às empresas que, perante a maior crise económica que alguma vez enfrentámos, neste momento
conseguiram conter o desemprego em 7,1%? Sabe de quanto foi o desemprego na anterior crise? Chegou aos
18,5%! Agora, o máximo foi 8% e já reduziu para 7,1% e nos últimos três meses tem vindo, felizmente, a reduzir.
Protestos do PSD.
Sr. Deputado, o que diz às empresas que, no primeiro trimestre deste ano, fixaram um novo máximo de
investimento empresarial? Essas empresas não têm falta de confiança no País. Essas empresas têm confiança
no País, na sua capacidade de produzir mais bens, mais serviços, poderem ser mais competitivas e continuarem
a fazer crescer as exportações.
O que diz às empresas que, mesmo neste ano e perante esta crise, voltaram a aumentar a exportação de
bens e já exportaram mais este ano do que no período homólogo de 2019? Sim, este tem sido o esforço que as
empresas têm feito.
Aplausos do PS.
Mas é também por isso que não temos regateado esforços para apoiar as empresas: na manutenção do
emprego, na concessão de linha de crédito, na concessão de condições para poderem responder. O total de
apoio concedido às empresas desde o início desta crise, apoios diretos a fundo perdido, foi de 5428 milhões de
euros — 5428 milhões de euros, a que acrescem 12 694 milhões de euros de linhas de crédito, e parte delas
não são necessariamente reembolsáveis.
E, quando olha para o Plano de Recuperação e Resiliência, não engane as empresas dizendo que o grosso
do investimento não é dirigido às empresas. Sr. Deputado, desde logo, 11 000 milhões de euros são dirigidos a
encomendas às empresas. Quando um município constrói habitação para realojar uma família carenciada, quem
é que vai construir essa habitação? É o município ou é uma empresa que vai realizar essa empreitada?
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, quem é que vai receber apoios diretos para a descarbonização, para a transição digital, para
as alianças mobilizadoras, enfim, para abrir a economia senão as empresas? São 5000 milhões de euros de
apoios diretos exclusivamente dedicados às empresas, no Plano de Recuperação e Resiliência.
Além disso, Sr. Deputado, as empresas serão também as grandes beneficiárias dos investimentos que,
indiretamente, o Estado vai fazer na diminuição dos custos de contexto — por exemplo, na justiça económica
— ou na formação de recursos humanos. A formação de recursos humanos, claro, beneficia, em primeiro lugar,
o próprio formando, mas beneficia indiretamente todo o tecido empresarial, que vai ter melhor capital humano
para ajudar a melhorar a produtividade das empresas. É isto que as empresas vão ter, efetivamente, no Plano
de Recuperação e Resiliência.
Aplausos do PS.
Mas, Sr. Deputado, recomendo-lhe que, além das férias, arranje também um intervalinho para ler o Plano de
Recuperação e Resiliência e depois, quando cá voltar, em setembro, já saberá do que está a falar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do PS. Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes.