10 DE SETEMBRO DE 2021
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Esta apropriação indevida do PRR, indiciando que apenas as autarquias que venham a ser ganhas pelo PS
é que terão acesso livre e facilitado a estes milhões, é de uma promiscuidade absolutamente inaceitável num
Estado de direito.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PS.
O Sr. José Cancela Moura (PSD): — Esta governamentalização dos municípios, alimentando a narrativa que distingue entre os bons autarcas, que são os do PS, e os outros, é uma discriminação obscena, quase
terceiro-mundista. O desafio do crescimento económico perdeu para o projeto de poder do Partido Socialista e
o País está a caminho de um perigoso processo de mexicanização, com o qual não queremos, nem vamos, de
todo, pactuar.
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O PS já usou o aparelho de Estado para silenciar vozes dissonantes ou críticas, como Vítor Caldeira ou
Joana Marques Vidal, para interferir nas nomeações da CReSAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para
a Administração Pública), com Ana Paula Vitorino e Tiago Preguiça,…
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — E ainda não acabou!
Protestos do PS.
O Sr. José Cancela Moura (PSD): — … para prestar falsas declarações na designação do Procurador Europeu, para condicionar até a comunicação social, com a atribuição de ajudas financeiras, a título de
publicidade paga, ou para legislar na tentativa de amnistiar alguns dos seus autarcas a contas com
procedimentos sancionatórios que podem levar à perda de mandato. O PS é capaz de tudo, mesmo de tudo!
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O PS pretende agora transformar o PRR — que devia promover, tinha essa obrigação, como um desígnio
nacional — num «Plano de Conveniência Eleitoral do Partido Socialista» e num «Plano de Reverência ao
Governo».
Na verdade, não satisfeitos por empenharem a maior fatia do PRR na cada vez mais gorda máquina do
Estado, do que o melhor exemplo é a maior contratação de sempre de funcionários públicos, o Governo e o
Partido Socialista, em vésperas eleitorais, usam despudoradamente os fundos e o dinheiro da «bazuca» para
comprar, literalmente, votos.
Protestos do PS.
Se isto não é desvirtuar, de forma escandalosa, as regras do jogo democrático, promovendo um ambiente
de chantagem eleitoral com base em promessas de futuros favorecimentos e benesses, então, não sabemos o
que isso seja. É a velha cartilha socialista, agora a funcionar em versão 2.0 e em forma de «bazuca». E o dislate
é tão grande e tão ridículo que este leilão de promessas, pelas nossas contas, já ultrapassa em mais de 5000
milhões de euros, o valor total de 16 000 milhões de euros da própria «bazuca».