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14 DE ABRIL DE 2022

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imprescindível o esforço de defesa nacional, pois, sempre que um povo confiou a sua defesa a outros ou não

criou adequada capacidade de defesa, esse povo acabou por desaparecer.

Prezamos a segurança do nosso País, a liberdade do nosso povo, a nossa cultura, o nosso passado e o

nosso futuro, livres e democráticos, e amamos a paz, mas não nos podemos deixar enlear em hesitações ou no

embuste das críticas aos países que mais apoiam a Ucrânia, que é vítima de uma guerra de agressão. Portugal

subscreveu o Tratado do Atlântico Norte juntamente com os Estados Unidos e outros países livres e soberanos,

empenhados em preservar o seu modo de vida, ligado aos ideais da paz, da liberdade, dos direitos do Homem

e do desenvolvimento — uma aliança de membros que a ela aderiram e querem continuar a aderir

voluntariamente e não como Estados vassalos, sob a hegemonia de qualquer imperialismo, uma aliança que

assegurou um dos maiores períodos de paz, estabilidade, liberdade e progresso que a Europa conheceu ao

longo da sua conturbada história.

E se algo a guerra nos tem ensinado, neste plano, é que a Aliança continua a ser hoje uma peça essencial

de um sistema coletivo de defesa e garantia da nossa segurança. Importa continuar a reforçar hoje a

operacionalidade da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), num espírito de leal cooperação

euroamericana, acompanhando o esforço de defesa da fronteira leste dos Estados-Membros dessa Aliança.

É imperioso que as nossas Forças Armadas, após a reestruturação aprovada, sejam dotadas de meios,

equipamentos, munições, recursos humanos e logísticos para poderem responder com eficácia, não só vigiando

atentamente o respeito pela soberania nacional na terra, no ar e no vasto mar portugueses, como cumprindo os

nossos compromissos no quadro da Aliança Atlântica. Importa reforçar o orçamento para a defesa nacional e

rever, na Lei de Programação Militar, as prioridades dos equipamentos, pois o contexto estratégico alterou-se

— e muito — e não se compreende, por exemplo, que fiquemos na dependência de outros ou de privados para

a movimentação das nossas forças.

Ademais, a vontade e o esforço de defesa nacional vão além do plano meramente militar: assentam

igualmente no sentimento patriótico e na consciência do dever geral de para ela contribuir também com vetores

não militares, designadamente na formação escolar, com um desenvolvimento económico e social robusto, na

preservação dos valores culturais e na educação cívica.

Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A guerra na Europa assusta-nos e interpela-nos, mas exige de nós

ideias claras. No atual contexto internacional, Portugal deve, sem hesitações, apoiar a luta heroica do povo

ucraniano — e não apenas «estar quase» como apoiante, segundo o diagnóstico que, infelizmente, foi feito pelo

Presidente Zelenskyy há umas semanas — e deve defender a extensão das sanções aplicadas ao agressor, a

independência energética europeia e o embargo total às compras de gás e petróleo russos, bem como o

julgamento dos responsáveis pelos crimes de guerra cometidos, independentemente das posições que

atualmente ocupem.

Esta política, conjugada com a ajuda dos Aliados à Ucrânia — para que o agressor perceba que não terá

possibilidades de vencer —, constitui, ainda hoje, a melhor possibilidade de alcançar a paz. Novos desafios nos

esperarão, depois, para garantir que esta será duradoura.

Vemos a guerra e percebemos que a paz continua a ser, para nós, portugueses, o objetivo supremo.

Definimos e devemos executar uma política de defesa para evitar a guerra, mas, para isso, devemos reforçar

os nossos meios de defesa, a qual é defesa da nossa pátria e defesa da nossa liberdade.

Aplausos do PSD e do Deputado do IL Carlos Guimarães Pinto.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr. Deputado Paulo Mota Pinto, inscreveram-se, para pedir

esclarecimentos, cinco Srs. Deputados. Pergunto como deseja responder.

O Sr. Paulo Mota Pinto (PSD): — Todos em conjunto, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Assim sendo, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Pisco para formular

um pedido de esclarecimento, dispondo de 2 minutos.

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, felicito o Sr. Deputado Paulo Mota Pinto

pela intervenção que aqui fez, porque, efetivamente, a invasão da Ucrânia tem consequências em diversas