O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE JULHO DE 2022

59

Todos sabemos que seria uma absoluta irresponsabilidade, entre o fim da pandemia e uma guerra,

provocarmos uma crise política.

Sejamos consequentes: ficou muito claro no debate de hoje que quer o PSD quer o Iniciativa Liberal, mas

fundamentalmente o PSD, nas intervenções que fizeram, manifestaram a vontade que têm não em abster-se,

mas, sim, em votar contra, em perceber e em dar tradução clara à expressão que foi consensual neste

Parlamento de que esta moção de censura não era uma moção de censura ao Governo, mas uma moção de

censura ao PSD, à oposição. E o challenger apresentou-se aqui para questionar o PSD.

Srs. Deputados, como cortesia — e aproveito para saudar o líder parlamentar Paulo Mota Pinto, dizendo-lhe

que foi um gosto debater consigo durante estes tempos e, por isso, aceite o meu cumprimento —, gostava de

dizer à bancada parlamentar do PSD que não há abstenção que resolva o problema. Depois deste debate, peço-

vos que votem contra. É votando contra que separamos águas.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Sofia Matos (PSD): — Ainda temos um líder parlamentar!

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, o que fica deste debate

não é um «separar de águas». Há a mesma maioria a suportar o Governo, tal como tínhamos na geringonça, e

há uma direita que não tem capacidade nenhuma de se definir e que, por isso, fica num «nim» sobre se quer ou

não censurar este Governo.

Por isso, com orgulho lhe digo, Sr. Deputado, que só há um partido nesta Assembleia, a par de milhões de

portugueses lá fora, que querem censurar este Governo. Assim, sozinhos ficaremos se tivermos de ficar, porque

a nossa legitimidade nunca é desta Casa, é do povo português. E é ele que lá fora sabe aquilo que nós

verdadeiramente queremos!

Aplausos do CH.

Sr. Presidente, não posso deixar de terminar este debate sem responder às provocações que nos foram

feitas por parte do Iniciativa Liberal, quando nos vem dizer que o Chega é o grande apoiante do Governo. Pois,

o que sabemos da última Legislatura é que o Iniciativa Liberal aprovou tantos diplomas do Governo como o PEV

e o PCP. É isto que trazem da última Legislatura: é a mão dada à extrema-esquerda, devido aos diplomas que

aprovaram.

De facto, o IL é um grande parceiro do Governo em muita coisa. Esteve sempre ao lado do PS, a vetar mais

apoios para as polícias, mais apoios para os bombeiros, mais apoios para o Serviço Nacional de Saúde, para

os médicos. Sr. Deputado João Cotrim Figueiredo, há o Portugal do Príncipe Real e há o Portugal real! Nós

somos do Portugal real! É esse o nosso Portugal!

Aplausos do CH.

Sr. Deputado Bruno Dias, concedo: o PCP não diz uma coisa hoje e outra amanhã. O PCP diz a mesma

coisa há 50 anos nesta Casa! Essa é que é a verdade, em todos os debates que aqui temos. Há 50 anos que

dizem a mesma coisa.

Aplausos do CH.

Por isso, o que retiramos daqui, Sr. Primeiro-Ministro, é a prepotência absoluta de um Governo confiante

numa maioria absoluta que estará cá para o suportar. Mas o Sr. Primeiro-Ministro sabe, como eu sei, que as

maiorias absolutas vão e vêm. O Sr. Primeiro-Ministro sabe, como eu sei, que, se um dia o Sr. Presidente da

República se aperceber de que esta maioria já não é o sentir real do povo português, bem podem encher esta

Sala de palmas e esta Câmara de aplausos, que nem as palmas de 6 minutos do PS o salvarão. Cedo ou tarde,

Páginas Relacionadas
Página 0047:
7 DE JULHO DE 2022 47 Aplausos de Deputados do PS. É, aliás, b
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 31 48 compromissos que assumiu perante os portuguese
Pág.Página 48
Página 0049:
7 DE JULHO DE 2022 49 Este é um Governo transformador. É um Governo que respondeu,
Pág.Página 49