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I SÉRIE — NÚMERO 49

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O Sr. Filipe Melo (CH): — Vou concluir, Sr. Presidente.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Já devia ter concluído!

O Sr. Filipe Melo (CH): — Aquela é a única forma que temos de manter contacto com a nossa diáspora.

Vendendo a TAP, a companhia ou o consórcio que a comprar não vai querer saber das cores que tem nos

aviões, o verde e o vermelho que tanto nos orgulham. Eles não vão querer saber disso, vão querer saber do

lucro e não vão querer saber do hub, porque o hub, para eles, é dispensável.

Sr. Ministro, haja de decoro, assuma a posição que nós apoiámos e mantenha a TAP até sermos ressarcidos

do investimento.

Aplausos do CH.

O Sr. Presidente: — Para intervir em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardo

Blanco.

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro, vou voltar a perguntar se está

disponível para uma auditoria ao processo de nacionalização.

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Claro!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Está disponível? Então, espero que o Grupo Parlamentar do Partido

Socialista o oiça quando diz que não tem nada contra uma auditoria ao processo de nacionalização.

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Não mando no Grupo Parlamentar do PS!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Em segundo lugar, o Sr. Ministro disse que a coragem de governar é a

coragem de tomar decisões difíceis. O Sr. Ministro tomou a decisão fácil de usar o dinheiro dos outros, o dos

portugueses, e, felizmente, houve uma decisão da Comissão Europeia, porque senão este valor não iria acabar.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Pois é!

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Sou Ministro! Sabe o que isso é?

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Há pouco, lembrei-me de uma frase que o Sr. Ministro disse, penso, no ano

passado: «A TAP é nossa, para o bem e para o mal.» Parecia uma frase de casamento — esqueceu-se de dizer

que, obviamente, eram os portugueses a pagar a boda, 3200 milhões de euros —, mas o estranho é que,

passado dois anos, já esteja a pedir o divórcio. Passou a ser um fanático das privatizações!

Alguma coisa mudou e o que mudou é simples: a realidade. Já perceberam as condições da companhia —

ainda ontem, a CEO (chief executive officer) da TAP dizia que, historicamente, ao contrário do que o PCP diz, a

TAP, praticamente, nunca deu lucro, por isso, obviamente, as condições eram difíceis —, já perceberam que as

dívidas são para pagar e que, para o ano, a TAP vai ter de pagar dívidas e o Estado já não vai poder injetar mais

dinheiro e, por isso, vai ter de a vender e até com alguma pressa.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — A TAP é uma SGPS!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Relativamente a isso, o Sr. Primeiro-Ministro tem defendido que as grandes

obras públicas têm de ser aprovadas por dois terços do Parlamento.

Ora, nos últimos anos, não vi gasto público nenhum como a TAP. É quase um aeroporto! E não veio aqui

nada ao Parlamento, o plano de reestruturação não veio ao Parlamento.

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Não quiseram! Só o Chega é que quis!

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