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14 DE OUTUBRO DE 2022

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Para nós, não se trata de uma «TAPzinha», ou seja, não é uma TAP que serve apenas como ativo estratégico

para o País, na altura de o Estado meter dinheiro, mas que depois não controlamos, não garantindo que se

mantêm as rotas estratégicas nem controlando as metas ambientais — que sempre discutimos e que sempre

pedimos ao Governo que exigisse da TAP. Mais, até questões relativas ao bem-estar animal o PAN aqui trouxe,

a propósito do debate da TAP, como o Sr. Ministro bem se recordará.

Aquilo a que não podemos fechar os olhos é à má gestão do Conselho de Administração, e muito me espanta

que o Sr. Ministro e o Governo fechem constantemente os olhos à má gestão que existe.

Em 2020 e 2021, chegámos a ver ordenados de gestores de 45 000 € — repito, 45 000 €! Hoje, há um corte,

mas os ordenados ascendem a 30 000 €, com apoio à habitação e com apoio na mobilidade.

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Não é verdade!

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — É isto que não conseguimos compreender, nem o PAN nem os

portugueses lá fora, Sr. Ministro. De facto, na altura de apertar o cinto, é sempre aos mesmos que se pede: aos

trabalhadores, que são despedidos perante as opções que o Governo tem de fazer.

O que queremos saber é o que podemos esperar desta privatização. Vamos deitar fora, deitar para o ar, o

dinheiro que se investiu e as exigências de uma boa gestão ou vamos ter uma rota concreta, alinhada com a

ferrovia, para que não se percam os ativos estratégicos do País?

Caso contrário, o que vamos ouvi-lo dizer, daqui a uns tempos, Sr. Ministro, é: «foram-se os anéis, ficaram

os dedos!»

O Sr. Presidente: — Para intervir, em nome do Livre, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, estamos há duas horas a fazer um debate de urgência

sobre a privatização da TAP e até agora ainda não foi esclarecido o seguinte: qual privatização? Trata-se de

privatização total ou parcial? É para privatizar já, é para privatizar mais tarde?

O Sr. Primeiro-Ministro, há pouco tempo, neste Hemiciclo, falou de privatizar e estabeleceu uma data. Disse

que queria privatizar dentro de 12 meses. Ora, quem privatiza depressa, não privatiza ao desbarato? Quem

vende um ativo às pressas não perde dinheiro?

A Sr.ª Diretora Executiva da TAP disse-nos que o futuro da aviação era o hidrogénio verde, e o Governo tem

uma estratégia para o hidrogénio verde.

Vozes do CH: — Oh!…

O Sr. Rui Tavares (L): — Caros Srs. Deputados da extrema-direita, pode ser que aprendam qualquer coisa.

A Sr.ª Rita Matias (CH): — Não somos extrema-direita! Vá estudar!

O Sr. Rui Tavares (L): — «Baterá a bota com a perdigota» a estratégia do Governo do hidrogénio e da TAP?

Ou seja, se o País perder o controlo da TAP, não perde uma oportunidade de estar na linha da frente na inovação

tecnológica?

O Sr. Presidente do Conselho de Administração da TAP disse que estava insatisfeito com o grau de

envolvimento dos trabalhadores na gestão da TAP. Uma TAP pública — que o é agora — não tem de acelerar

esse envolvimento dos trabalhadores no Conselho de Administração da TAP?!

Finalizo com uma nota. Não é porque está num texto qualquer de direito europeu que, por acaso, os

investimentos a fundo perdido dos Estados têm uma regulação. Custa-me um bocadinho ver fazer má pedagogia

acerca deste assunto, porque, se os Estados pudessem pôr todo o dinheiro que quisessem nas suas

companhias aéreas, ganhava quem tivesse os bolsos mais fundos. E a Alemanha metia tudo o que quisesse na

Lufthansa.

Protestos do CH.

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