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I SÉRIE — NÚMERO 52

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E os jovens correspondem positivamente a esta ideia e a este apelo. Estudam e trabalham porque

acreditam que o ensino pode ser o elevador social de que necessitam para terem melhores condições de vida,

para terem melhores postos de trabalho, para terem um salário melhor. São ambições justas e legítimas, mas,

no entanto, muito desfasadas da realidade.

É preciso dizer que, na corrida de obstáculos que é o acesso ao ensino superior, há quem fique barrado

logo na primeira barreira: 34% dos jovens não acedem ao ensino superior e não o fazem por motivos

económicos.

Depois, há os que esbarram no segundo obstáculo, que não é muito diferente: os sucessivos Governos

socialistas tornaram ou mantiveram o ensino superior não para quem quer, mas apenas para quem pode —

46% dos jovens não concluem o ensino superior por falta de recursos financeiros.

Milhares de jovens acedem ao ensino superior, mas não conseguem suportar a longa lista de despesas:

propinas, alimentação, passe, material de estudo. Mas em maior vulnerabilidade estão os estudantes

deslocados, que acrescentam a esta pesada lista de despesas as despesas mais significativas, como o

alojamento e as deslocações a casa.

Problemas, barreiras, dificuldades. Ter um filho no ensino superior requer tanto sacrifício às famílias

portuguesas que mais parece um luxo. Mas não é, é uma necessidade para os jovens, é uma necessidade

para a família e, acima de tudo, é uma necessidade para Portugal, porque o nosso País precisa de jovens

qualificados e precisa de talentos.

Aplausos do CH.

Este problema tem décadas, mas, em vez de ser resolvido estruturalmente, vai sendo remediado com

migalhas orçamentais ano após ano. E já percebemos que não podemos contar com este Governo e que não

podemos contar com a oferta pública. Não podemos contar com oferta pública visto que há apenas 15 000

camas em alojamentos para um total de mais de 170 000 estudantes deslocados. Prometeram alargar o

número de camas para o dobro em 2018 — sendo o dobro, só por si, insuficiente — e, ainda assim, não

fizeram absolutamente nada. Propõem agora, neste novo Orçamento, um mísero apoio de pouco mais de

200 € para um número reduzido de estudantes, quando sabem que esse valor fica muito aquém do preço

médio que os jovens pagam por um quarto. Falo apenas do preço médio!

Srs. Deputados do PS, o vosso partido está no Governo há anos, tem uma maioria absoluta. De que é que

necessitam mais para fazerem reformas e para fazerem algo de concreto para facilitar a vida dos jovens

portugueses?

Aplausos do CH.

O que os estudantes portugueses sabem é que há cada vez menos alojamentos disponíveis e que os que

existem estão cada vez mais caros, incomportáveis, e a mesma crise de inflação que atinge as famílias

portuguesas atinge também os senhorios e, por isso, se precisamos de mais quartos disponíveis, de nada nos

serve demonizar os proprietários, como faz aqui a extrema-esquerda, que propõe a promoção de

expropriações, destruindo negócios de quem investiu e quer gerar riqueza no nosso País.

Vozes do CH: — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — O que é necessário, na perspetiva do Chega, é criar mecanismos de alívio

fiscal para proprietários que estabeleçam contratos com estudantes. Por isso, propomos aqui, de forma muito

concreta, a redução da tributação de 28% para 10%, porque só mediante uma maior oferta poderemos baixar

estes preços de alojamento exorbitantes.

Admitimos o debate e admitimos a discussão desta e de outras ideias; o que não admitimos é que nada

seja feito pelos jovens e que o ensino superior seja, acima de tudo, a primeira experiência que o jovem tem

que esbarra contra este Estado social que falha sucessivamente.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

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