28 DE OUTUBRO DE 2022
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O Sr. Ministro das Finanças: — E, já agora, como pode alguém falar aqui em rolo compressor da maioria,
se o Governo traz um Orçamento que traduz dois acordos de rendimentos assinados com parceiros sociais, no
setor privado e no setor público?!
Aplausos do PS.
A verdade é que a celebração destes acordos traduz uma diferença política fundamental entre as
oposições e o Governo. As oposições desvalorizam a importância destes entendimentos e apoucam a
concertação.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Por isso é que é oposição!
O Sr. Ministro das Finanças: — Para o Governo é claro: à incerteza do exterior, devemos responder com
o entendimento e a convergência dentro de portas, porque o diálogo, o entendimento e a concertação são
fundamentais para responder aos portugueses.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este é um Orçamento de confiança no futuro, porque investe no que
é fundamental.
Investe na melhoria dos transportes públicos, com quase 800 milhões de euros de obras na ferrovia, em
execução por todo o País,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Todo o País, não! É só em Lisboa e Porto!
O Sr. Ministro das Finanças: — … e ainda o reforço das redes do metropolitano de Lisboa, Coimbra e
Porto.
Investe nos programas de apoio e de acesso à habitação, nas intervenções em escolas, na saúde, nos
meios da defesa, na capacitação das forças e serviços de segurança.
Investe no combate à criminalidade económica e financeira e no combate à corrupção. O orçamento da
Polícia Judiciária crescerá, em 2023, ao maior ritmo da última década, assegurando os meios e os recursos
necessários para um salto qualitativo no combate à corrupção e à criminalidade económica e financeira.
Aplausos do PS.
E asseguramos também melhores condições ao investimento pelas nossas empresas, designadamente
através da diminuição dos impostos.
Criamos um novo regime fiscal de incentivo à capitalização de empresas, porque empresas com mais
capitais próprios significa mais capacidade para investir e menor dependência do financiamento bancário.
Transformamos o regime de dedução dos prejuízos fiscais, alinhando-o com o modelo-regra dos países
europeus.
Risos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Melhoramos o regime fiscal de apoio ao investimento, com majorações alargadas e novos setores de
atividade contemplados.
Reforçamos os incentivos aos ganhos de escala, alargando a taxa reduzida das PME (pequenas e médias
empresas) a todas as empresas até 500 trabalhadores e assegurando que as empresas que resultem da fusão
de PME mantêm a taxa reduzida no IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas).
Criamos o enquadramento fiscal para os criptoativos, pondo fim a uma situação de inexistência de
tributação e dotando o País de um enquadramento estável, alinhado com as melhores práticas europeias.