28 DE OUTUBRO DE 2022
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Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O contexto é adverso e os riscos são elevados. Não negamos este
enquadramento. Mas, perante um cenário que é exigente, não vendemos ilusões, fazemos escolhas e agimos
com determinação.
Este é o Orçamento que estabiliza os rendimentos das famílias,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Estabiliza em baixo!
O Sr. Ministro das Finanças: — … reforça a confiança no futuro e prossegue o compromisso das contas
certas.
Srs. Deputados, este é o Orçamento de que o País precisa.
Aplausos do PS.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — É, é!…
O Sr. Presidente: — O Sr. Ministro tem 18 pedidos de esclarecimento e informou a Mesa de que
responderá em três blocos.
Devo informar os grupos parlamentares, para termos todos a mesma informação para gerir a nossa
organização — assim como o Governo —, de que interromperemos os trabalhos às 13 horas e 30 minutos,
retomaremos às 15 horas e a minha previsão é a de que estejamos prontos para votar a proposta de
Orçamento lá pelas 17 horas e 30 minutos ou 18 horas.
Para um primeiro pedido de esclarecimento ao Ministro das Finanças, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe
Neto Brandão, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e
Srs. Deputados, em abril, na sua primeira intervenção nesta Assembleia, o Sr. Ministro aludiu a um contexto
de elevada incerteza, em que se perspetivavam ainda possíveis aumentos de juros. Hoje, o que era, então,
possibilidade passou, entretanto, a realidade, comprovando-se o quão avisadas foram as suas palavras.
Tivesse sido outro o caminho — e não faltou, então, quem melifluamente o chamasse para tal — e seriam
outros os constrangimentos orçamentais para enfrentarmos a incerteza aportada hoje pela conjuntura
internacional.
Não será, certamente, por acaso que os juros que Portugal hoje paga são significativamente menores do
que os suportados por Itália e invariavelmente inferiores aos de Espanha. É que reduzir o peso da dívida não é
apenas um compromisso com as gerações futuras, como acaba de referir, é sobretudo uma garantia de
robustecimento do Estado social.
Aplausos do PS.
Como tão bem descreveu o nosso saudoso amigo, Prof. Rocha Andrade, uma política de esquerda deve ter
como prioridade assegurar as condições de financiamento da dívida, porque toda a gente já percebeu o que
acontece com a despesa social, quando essas condições desaparecem.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Ah, pois!
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
A trajetória de redução da dívida, com o objetivo de subtrair Portugal ao grupo das economias europeias
mais endividadas, merece-nos, pois, inequívoco apoio. Um propósito prosseguido num Orçamento que não só
não corta na despesa,…