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I SÉRIE — NÚMERO 32

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Esta é a resposta que, de facto, o PCP hoje procura neste debate. Afinal, quem decide o que pensa o PS n.º 1 do António Costa — ou será n.º 2 hoje, já não sei muito bem — e o PS n.º 2 do Pedro Nuno Santos — talvez já seja agora n.º 1, porque se vão vendo aqui as movimentações? Esta é a verdadeira resposta que o PCP quer,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Menos Maquiavel e mais Marx! A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — … que é pensar que, a 10 de março, vão sobreviver porque têm alguém

que os deseja muito ou vão ter alguém que realmente os repudia e não quer nada com eles. Esta é a grande pergunta que hoje se quer neste debate.

Mas também, Sr.as e Srs. Deputados, há outra questão para a qual é mesmo importante que hoje tenhamos aqui respostas e infelizmente não tivemos. Ouvimos um Partido Socialista falar-nos de um mundo perfeito de relações laborais, do quanto tínhamos estabilidade, riqueza, rendimentos. Deixem-me lembrar-lhes, Srs. Deputados, que fazer pós-verdade não pode ser e não pode valer tudo. Portugal no pódio dos países da União Europeia com maior precariedade é a realidade, segundo o Instituto Nacional de Estatística; não é o quadro cor-de-rosa que aqui tentaram pintar-nos. É bem diferente.

Mais: somos o País em que 52 % dos trabalhadores — os chamados «mileuristas», que nem a 1000 € chegam — têm um rendimento inferior a 1000 €. Esta é a realidade que nos deixam.

Mas também somos o País em que 42 % da população é pobre antes de apoios sociais. Têm orgulho nisto? Não deviam ter. Deviam estar muito envergonhados por, ao fim de oito anos, depois de passarmos o período da troica, continuarmos a ser um país em que cerca de metade da população não tem um rendimento mínimo digno para viver antes de apoios sociais. Um país cada vez mais pobre, mais dependente.

O Sr. João Dias (PCP): — De quem é a responsabilidade disso? A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Não é porque hoje nos trazem aqui um quadro paralelo de uma realidade

que não existe que as coisas são diferentes. Infelizmente para Portugal e para os portugueses, somos um país que está cada vez mais na cauda da Europa, cada vez mais pobre, cada vez mais desigual, com serviços públicos mínimos e impostos máximos.

Este é que é o vosso grande legado e a vossa grande herança: é o empobrecimento deste País, os impostos altos, os serviços públicos falidos, no caos e sem funcionamento.

A Sr.ª Paula Reis (PS): — Olhe que não, olhe que não! A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Este é o vosso verdadeiro legado. Sei que não gostam de falar de José Sócrates, da troica; até recordam — vejam bem! —, Durão Barroso; e

qualquer dia falaremos aqui de Afonso Henriques… Protestos dos Deputados do PS Joana Lima e Porfírio Silva. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Viriato! A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — … quando já não tiverem mais ninguém para culpar dos vossos erros

governativos e daquilo que não fizeram. Ao fim de oito anos, a geringonça toda, toda a esquerda unida, devia estar aqui a pedir perdão aos portugueses pelos atrasos, pelas oportunidades perdidas e por não terem desenvolvido este País.

Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias. A Sr.ª Paula Reis (PS): — Isso é o Chega!