I SÉRIE — NÚMERO 33
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O Sr. Francisco Pereira de Oliveira (PS): — De facto, foi necessário fazê-lo. Não que a gente necessite do
Chega… E também não é uma ofensa! Neste caso, até é um elogio. Muito obrigado!
Depois de ouvir a Sr.ª Deputada e a intervenção do PSD, tenho uma pergunta para fazer, porque se mantém
e adensa a minha dúvida.
Na XIII Legislatura, no decurso dos trabalhos da Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no
Exercício de Funções Públicas, no âmbito da qual o tema da representação de interesses foi discutido pela
primeira vez, o PS e o CDS apresentaram projetos e construíram um texto comum. Nesse processo, o PSD
apresentou um projeto e apenas alguns Deputados do seu grupo parlamentar contribuíram com uma iniciativa
legislativa, mas na votação final o PSD absteve-se, permitindo a aprovação do decreto que foi enviado para
Belém.
Contudo, semanas depois, perante um veto do Presidente da República, que pedia duas alterações, a
inclusão da Presidência da República nas entidades abrangidas e um reforço da divulgação da informação sobre
os lobistas, o PSD votou contra a iniciativa na reapreciação do decreto, impedindo a conclusão deste processo
em 2019.
Na XIV Legislatura, novos projetos do PS, do CDS e do PAN foram discutidos em Plenário, na generalidade,
tendo contado com a forte oposição da bancada do PSD, que votou contra as iniciativas, criticando-as por
inviáveis ou mesmo sem sentido. Mais recentemente, a nova direção do PSD indicou que haveria abertura para
o tema.
Portanto, a pergunta que coloco é esta: sobre este ziguezague, qual a posição do PSD relativamente a esta
matéria?
Diz a Sr.ª Deputada que o PSD sempre esteve nesta senda, sempre esteve nesta luta relativamente a esta
questão, mas a verdade é que chumbou algumas das iniciativas e, agora, apresenta-se — também estamos em
campanha eleitoral, é natural! — com uma outra perspetiva e com abertura para o tema.
Portanto, a questão que coloco é esta: confirmando-se que em janeiro teremos, finalmente, oportunidade de
fazer este debate com seriedade e aberto a todos, coisa que hoje não nos foi permitida pelo Chega, podemos
contar com o Grupo Parlamentar do PSD?
Sr.ª Deputada, não questione o que quer e o que vai fazer quem sempre apresentou projetos seus, que
dependam da iniciativa. Sim ou não, Sr.ª Deputada? A isto é que deve responder, e deve fazê-lo da seguinte
maneira: está o PSD disponível para avançar com o PS e com os outros partidos que pretendem legislar esta
situação, no próximo dia 3, e, efetivamente, avançar com o projeto relativamente à questão do lobbying?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Agora sim, está em condições de responder aos dois pedidos de
esclarecimento a Sr.ª Deputada Emília Cerqueira.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, agradeço as duas perguntas.
Sr. Deputado Bruno Nunes, há uma coisa muito engraçada: o PSD falou em populismos e não falou no
Chega, mas a carapuça serviu-vos imediatamente.
O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Portanto, é bom saber!
A Sr.ª Paula Cardoso (PSD): — Ele já nem cá está para ouvir a resposta!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Já se foi embora, não quer ouvir a resposta!
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Mas ouve-a o restante grupo e transmite-lhe, presumo eu.
Aplausos do PSD.