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56 | II Série A - Número: 037 | 20 de Janeiro de 2007

mostrou uma ligeira diminuição de –0,4%, mas registaram-se grandes alterações entre áreas que saíram e entraram na classe, ou entre os vários tipos de floresta.
105. Há uma dinâmica clara de aumento das manchas de floresta degradada, relacionada com a falta de gestão adequada e com os incêndios. É, pois, na floresta que parece haver mais abandono. Mas é também aí que se verificam algumas dinâmicas mais fortes de crescimento ditadas quer pela procura industrial dirigida a espécies de crescimento mais rápido (eucalipto), quer pelo apoio a novas plantações de espécies de crescimento mais lento (montado, pinhal manso) no âmbito dos projectos de florestação das terras agrícolas financiados pela PAC.
106. Os matos e vegetação esclerofítica registaram uma diminuição de – 0,8%, caracterizada por uma acentuada dinâmica, com áreas a entrar e a sair da classe. Os matos sucedem-se a áreas de pastagem e vice-versa, passando frequentemente a floresta degradada, e são as áreas ardidas as que mais se transformam em matos – o que revela a dinâmica de degradação e abandono da floresta, mais do que da agricultura.
107. Em concelhos com características naturais adversas, o peso dos matos é elevado e chega a ser superior a 25% - evidenciando sobretudo a falta de condições para uma ocupação mais produtiva do solo e podendo representar o uso mais sensato e sustentável do solo.
108. Na Região Autónoma dos Açores, em 1995, podiam-se identificar cinco padrões básicos de uso do solo: agrícola/pastagens (65,0%), floresta (9,2%), matos (20.1%), áreas edificadas (4,6%) e outros usos (0.9%). Os usos do solo nos Açores sofreram modificações ao longo do tempo e continuam, no presente, a ser objecto de algumas alterações. A mais significativa deu-se na área ocupada por pastagens, que, ultrapassando os limites da zona silvo-pastoril, invadiu tanto as matas como os terrenos de cultura, atingindo mesmo o litoral. A transformação da área arborizada em pastagem teve maior importância nos finais dos anos 50, enquanto o arroteamento de incultos teve enorme incidência na década 60. Actualmente em termos de paisagem agrária são as pastagens e as florestas de criptoméria que dominam.
A área ocupada por outras culturas tem vindo a diminuir continuamente e de forma bastante significativa. Contudo, os terrenos utilizados nas culturas arvenses, hortícolas e industriais desenvolvem-se nas regiões menos declivosas.
109. Na Região Autónoma da Madeira, a ilha da Madeira é caracterizada por uma orografia acidentada, em que cerca de 65% da superfície tem um declive superior a 25%. A prática agrícola só tem sido possível devido à construção de socalcos de reduzidas dimensões, que conferem características únicas à paisagem. Noutros locais da ilha, a cotas mais baixas, verifica-se a proliferação de eucaliptos e acácias, muitas vezes em áreas agrícolas abandonadas e em zonas florestais percorridas por incêndios. No Porto Santo, o coberto vegetal é bastante pobre, apesar dos esforços de florestação, expondo os solos à acção dos agentes erosivos. Nesta ilha, cuja superfície agrícola utilizada representava, em 1989, cerca de 6% do total da Região, embora com uma orografia muito menos acidentada, existem grandes limitações devido à escassez de água. Destaca-se a ocorrência de cheias repentinas e de deslizamentos de terras. Em geral, na Região, a pequena dimensão das explorações e a escassez de água de rega associada a sistemas de irrigação pouco eficientes, têm contribuído para fomentar o abandono de muitas explorações. A par disso, a expansão de áreas urbanas tem levado à perda de alguns terrenos com boa aptidão agrícola. A silvicultura praticada numa óptica sustentável, para além da valência económica, desempenha um papel de protecção muito importante, nomeadamente ao nível da defesa da erosão dos solos e da protecção do ciclo hidrológico.