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112 | II Série A - Número: 012S2 | 14 de Outubro de 2008

O desempenho da economia portuguesa em 2008 tem sido, em grande medida, condicionado por um enquadramento externo particularmente desfavorável. As repercussões da crise do mercado hipotecário subprime dos EUA têm-se prolongado por um período de tempo mais longo do que o inicialmente antecipado e traduzido em condições de financiamento mais restritivas, num aumento do clima de incerteza e num abrandamento dos mercados externos, especialmente sentida em alguns dos principais parceiros comerciais de Portugal. Adicionalmente, o aumento acentuado do preço das matérias-primas, em particular do petróleo, tem contribuído para a deterioração da situação externa. Este contexto internacional mais desfavorável tem determinado uma inversão na tendência de retoma da economia portuguesa, iniciada em 2005.
Com efeito, no primeiro semestre de 2008, assistiu-se à desaceleração do PIB para 0,8% em termos homólogos reais (1,9% no segundo semestre de 2007), reflectindo, principalmente, o abrandamento do investimento e uma ligeira deterioração do contributo externo líquido. Para o segundo semestre, prevê-se um enfraquecimento mais acentuado do crescimento da procura interna, que deverá ser compensado pelo desagravamento do contributo da procura externa líquida, em virtude da desaceleração relativamente mais forte das importações face às exportações. Estima-se para 2008 um crescimento do PIB de 0,8%.
A evidência, contudo, denota mudanças estruturais na economia: o peso dos serviços no total das exportações continuou a aumentar, a balança tecnológica mantém o saldo positivo e assiste-se à diversificação geográfica das exportações, com a importância da UE, como parceiro comercial, a reduzirse. Estes resultados reforçam a importância da prossecução de políticas de reforma no sentido de criar condições propícias ao desenvolvimento de uma economia mais moderna e competitiva, em particular para responder aos desafios inerentes às alterações fundamentais na economia mundial.
O mercado de trabalho, na primeira metade do ano, caracterizou-se por um maior dinamismo do emprego e uma redução da taxa de desemprego para 7,4% (7,8% no segundo semestre de 2007). Acompanhando o andamento da economia, espera-se um ajustamento na taxa de desemprego no segundo semestre, que deverá cifrar-se em 7,6% no total do ano de 2008.
À semelhança do observado na generalidade das economias, os preços no consumidor aceleraram em 2008, em reflexo da evolução dos preços das matérias-primas, com destaque para o petróleo. Em Agosto de 2008, a inflação, medida pela variação média anual do IPC, foi de 2,8% (2,5% em Agosto de 2007).
Para o resto do ano, espera-se a continuação do abrandamento da taxa de inflação homóloga, estimando-se que, em 2008, a inflação seja de 2,9%.
Em 2008, as necessidades de financiamento da economia deverão agravar-se para 10,8% do PIB, em consequência do aumento do défice da balança de bens e serviços, e da deterioração do défice do saldo da balança de rendimentos, que reflecte o aumento das taxas de juro e a deterioração da posição de investimento internacional.
III.2.1. Procura A primeira metade de 2008 caracterizou-se por um abrandamento do PIB para 0,8%, em termos homólogos reais (1,9%, no segundo semestre de 2007), em resultado de uma desaceleração quer das II SÉRIE-B — NÚMERO 12
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