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109 | II Série A - Número: 012S2 | 14 de Outubro de 2008

O crescimento da economia norte-americana no primeiro semestre de 2008 foi superior ao esperado, tendo beneficiado dos efeitos da depreciação do dólar face às principais divisas e da implementação de medidas fiscais e monetárias de estímulo à economia. No entanto, continuou-se a assistir à quebra do investimento privado, em particular no segmento residencial, e à descida dos preços da habitação. O desequilíbrio externo desagravou-se, tendo o défice da balança corrente diminuído para 5,1% do PIB no primeiro semestre de 2008 (6% em 2007), o que inverteu a tendência crescente registada desde 2002.
Para a segunda metade de 2008, perspectiva-se uma desaceleração da actividade económica. Com efeito, o abrandamento da procura interna deverá acentuar-se, influenciado pelo esgotamento dos efeitos favoráveis do conjunto de incentivos fiscais e orçamentais, pela recente subida da taxa de desemprego e pelas repercussões negativas associadas à persistência da crise financeira.
Após o crescimento elevado no início de 2008, a actividade económica da UE, e em particular da área do euro, registou um abrandamento significativo no segundo trimestre. Este comportamento deveu-se, fundamentalmente, à desaceleração verificada na procura interna, com destaque para o fraco crescimento do consumo privado, que reflectiu, em parte, os efeitos adversos da aceleração dos preços no rendimento disponível real das famílias. As exportações também desaceleraram, em resultado do abrandamento da procura externa e da apreciação do euro face às principais divisas. A deterioração da confiança dos empresários e dos consumidores, a perda de dinamismo do mercado de trabalho marcado pela interrupção da descida da taxa de desemprego, o aumento da taxa de inflação e a subida das taxas de juro, foram factores que levaram a Comissão Europeia, em Setembro último, a rever em baixa as perspectivas para o crescimento da área do euro para 1,3% em 2008 (2,6% em 2007).
Do conjunto dos nossos principais parceiros comerciais da UE (Espanha, Alemanha, França e Reino Unido), a Espanha e o Reino Unido registaram um abrandamento mais significativo no primeiro semestre de 2008, cujo crescimento do PIB foi de, respectivamente, 2,2% e de 1,8% em termos homólogos reais (3,4% e 2,9% no segundo semestre de 2007). Para esta evolução contribuiu a desaceleração acentuada do investimento, especialmente significativa no sector da construção, em virtude do processo de ajustamento do segmento habitacional. No caso específico da Espanha, a fragilidade da procura interna conduziu a uma subida expressiva da taxa de desemprego, situando-se em 11,3% no mês de Agosto de 2008, o nível mais elevado desde finais de 2002. Levando em linha de conta a desaceleração significativa da procura interna, o crescimento das importações de Espanha e do Reino Unido foi de 3,2% e de 3,3%, respectivamente, em termos homólogos reais no primeiro semestre de 2008 (6,3% e 4,9% no segundo semestre de 2007).
A economia francesa também abrandou, tendo o PIB registado um crescimento de 1,6% em termos homólogos reais (2,3% no segundo semestre de 2007), devido sobretudo à desaceleração verificada na procura interna, tanto ao nível do investimento, como do consumo privado.
Pelo contrário, o PIB da Alemanha manteve um crescimento de 2,1% em termos homólogos reais no primeiro semestre de 2008, reflectindo, em larga medida, a evolução favorável registada no primeiro trimestre de 2008. Tanto a procura interna como as exportações registaram uma melhoria no conjunto do primeiro semestre, com destaque para o forte crescimento do investimento de 5,2% em termos homólogos reais neste período (2,7% no segundo semestre de 2007), bem como para a manutenção de uma evolução favorável das exportações, que cresceram 5,9%. Influenciadas pela procura global, as importações reforçaram o seu crescimento, tendo aumentado 4,7% em termos homólogos reais (4,1% no segundo semestre de 2007). O mercado de trabalho tem-se mantido dinâmico neste país, tendo a taxa de desemprego diminuído nos primeiros oito meses do ano, dando continuidade à tendência registada nos últimos dois anos.