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129 | II Série A - Número: 012S2 | 14 de Outubro de 2008

III.3. Perspectivas para 2009 Face a condições externas mais adversas, perspectiva-se, para 2009, um crescimento do PIB de 0,6%, o que representa uma desaceleração face à estimativa do crescimento económico para 2008, e consubstancia uma revisão em baixa em relação à previsão apresentada no Relatório de Orientação da Política Orçamental, de Maio de 2008. Em termos intra anuais, perspectiva-se uma recuperação económica a partir da segunda metade de 2009.
O crescimento mais fraco da actividade económica previsto para 2009 reflecte, em larga medida, o desempenho da procura interna. No entanto, antecipa-se uma melhoria do contributo da procura externa líquida, em resultado do abrandamento das importações, mais acentuado do que o esperado para as exportações.
A desaceleração da procura interna resultará, principalmente, do comportamento da despesa com bens duradouros e de equipamento, caracterizados por uma maior componente importada e um comportamento mais pró-cíclico. A maior restritividade das condições de financiamento, associada aos elevados níveis de endividamento dos particulares, e o elevado grau de incerteza em relação à evolução da situação económica deverão condicionar o crescimento do consumo privado, que desacelerará 0,5 p.p. face à estimativa para 2008. No que diz respeito ao consumo público, antevê-se um comportamento em linha com o observado nos anos mais recentes. As despesas de consumo público deverão aumentar, ainda que de forma marginal.
Em 2009, a evolução do investimento deverá beneficiar do início da concretização de investimentos privados associados a importantes projectos de obras públicas, com destaque para os sectores da energia, do turismo, ferroviário e rodoviário. No entanto, antevê-se que o quadro externo mais desfavorável deva condicionar o crescimento do investimento, que deverá desacelerar ligeiramente para 1,5% (1,7% estimado para 2008).
Estes desenvolvimentos deverão traduzir-se num aumento do défice da balança de bens, principalmente por efeito volume, uma vez que se espera uma significativa desaceleração do deflator das importações.
Esta deterioração deverá ser, em parte, compensada pelo aumento previsto do saldo da balança de serviços. O agravamento previsto das necessidades de financiamento da economia em 2009 deverá, contudo, ser principalmente influenciado pela deterioração do saldo conjunto das transferências correntes e de capital, na sequência do esgotamento dos fundos europeus associados ao 3.º Quadro Comunitário de Apoio (QCAIII), após um ano marcado pela sobreposição destes com os do actual Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Assim, espera-se que o emprego desacelere ligeiramente, o que se deverá materializar numa estabilização da taxa de desemprego em 7,6%, após a redução de 0,4 p.p. no ano precedente.
A taxa de inflação deverá diminuir para 2,5% em 2009. Esta projecção assenta nos pressupostos relativos à evolução dos preços das matérias-primas para o próximo ano, antecipando-se um abrandamento significativo tanto no preço do petróleo, como no dos bens alimentares. Adicionalmente, continuarão a fazer-se sentir os efeitos provenientes da redução da taxa normal do IVA e da diminuição dos preços dos medicamentos genéricos implementada em Outubro de 2008.