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8 | II Série A - Número: 090 | 28 de Março de 2009

consideradas todas as classes da população, mas muito especialmente o povo e a nobreza». «No tocante a esta, basta que foram daqui originárias as estirpes (e actuais apelidos) «de Pinho», «de Amaral», «de Vaiões ou Baiões» «de Sobral» e, bem provavelmente a «de Figueiredo». Na alta e vasta serrania que ocupa toda a parte setentrional do actual concelho, gente vilã chegava a atingir culminâncias de opulência que corriam parelhas com as da nobreza».
Em 1085, um presbítero Trutesindo doa à Sé de Coimbra a sua igreja (decerto monástica) «que vocatur Sancti Petri in terra Alahuni» (Lafões). (Destaque-se que a palavra «sur» era de origem árabe, dando «sul» em português. Em castelhano (espanhol), o vocábulo árabe ficou para sempre.) Numa outra doação à mesma Sé, diz-se do mosteiro de S. Pedro do Sul, «que est fundamentum secus de cursos rivulos Sur e Vauga», precisamente a posição da actual vila, beijada a seus pés pelos dois rios (Vouga e Sul). A existência deste mosteiro foi efémera, pois as Inquirições de 1258 nele já não falavam.

2.1. Do concelho de Lafões ao concelho de S. Pedro do Sul

Em 1436, D. Duarte institui o concelho de Lafões, um dos maiores do País, composto por 44 freguesias e 13 coutos. No meio desse imenso território estava encravado o concelho do Banho (Termas de S. Pedro do Sul), cujo foral lhe havia sido concedido por D. Afonso Henriques em 1152, quase três séculos antes.
Note-se que a região (Alahuin, do árabe) já muito antes da fundação da nacionalidade, constituía uma circunscrição territorial, então chamada «terra».
Com a grande revisão e reorganização administrativa do País, levada a efeito por Mouzinho da Silveira a partir de 1832, o enorme concelho de Lafões é dividido em três concelhos – S. Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades – sendo o minúsculo e antiquíssimo concelho do Banho integrado no de S. Pedro do Sul. E, assim, em 1836, estes novos concelhos começavam a gerir os seus destinos.

2.2. Dos tempos antigos à modernidade

Quase dois séculos passados sobre a sua fundação como concelho, S. Pedro do Sul é, hoje uma das mais vila do distrito de Viseu. Pela sua beleza deslumbrante e pela qualidade das suas águas termais, atrai a si, anualmente, o maior número de aquistas de todo o País e muitíssimos turistas nacionais e estrangeiros.
«Que refrigério!... Que grande amenidade!... Que brandura!...», escreveu Ramalho Ortigão, deslumbrado com a paisagem da Vila e das Termas. «Sintra da Beira» lhe chamou alguém (diz-se que Camilo Castelo Branco que por cá passava, de visita aos Castelo Branco, seus familiares de Viseu).
A malha urbana da sede do concelho, há anos que se vai expandindo para dentro dos limites das quatro freguesias limítrofes da vila: Várzea, Baiões, Bordonhos e S. Félix.
No que concerne ao eixo S. Pedro do Sul – Várzea, as respectivas manchas urbanas já se intersectam há muito, continuando a desenvolver-se a um ritmo notável.
Com esta expansão considerável e visível, pode afirmar-se, sem qualquer dúvida, que dentro de não muito tempo, S. Pedro do Sul terá uma mancha urbana de área superior a algumas grandes cidades.

2.3. Termas de S. Pedro do Sul

As actuais Termas de S. Pedro do Sul eram chamadas pelos Romanos «Balneum», aqui construindo, há mais de dois mil anos, um balneário termal, cujas ruínas subsistem actualmente.
Nestes dois milénios, foi alterando sucessivamente a denominação. Primeiro passou de «Balneum» para Banho, depois para Caldas de Lafões, posteriormente, em 1895,para Termas da Rainha D. Amélia e, finalmente, para Termas de S. Pedro do Sul, já com o advento da República.
Como atrás foi referido, em 1152, D. Afonso Henriques concede ao local foral realengo, instituindo o concelho do Banho, elevando-o posteriormente, a «Couto do Reino» e a Couto de Honra». Havia este pequeno e antiquíssimo concelho de subsistir até ao desmantelamento do extenso concelho de Lafões, em 1834, data a partir da qual ficou integrado no concelho de S. Pedro do Sul.