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21 | II Série A - Número: 047 | 16 de Março de 2010

emergentes e em desenvolvimento, num contexto em que a retoma nas economias avançadas deverá ocorrer de forma mais lenta. A recuperação gradual da economia mundial deverá ser acompanhada por uma evolução moderada dos preços no horizonte temporal de médio prazo, perspectivando-se, no entanto, uma ligeira subida desta variável devido ao aumento esperado dos preços das matérias-primas.
Em suma, os pressupostos para o enquadramento externo apontam para a recuperação do contexto económico internacional, com o gradual desanuviamento da crise financeira e económica.
Subsistem, no entanto, alguns riscos que poderão afectar a intensidade da retoma, relacionados com a possível estagnação da procura privada nas economias avançadas. É considerado, igualmente, um risco potencial, o cenário de uma subida significativa do preço do petróleo causada pelo facto da oferta não acompanhar o acréscimo da procura mundial, especialmente proveniente da China. De referir que, a recente crise não permitiu o investimento em novas plataformas petrolíferas destinadas a aumentar a capacidade de oferta de petróleo. Acresce que, num período de forte subida da taxa de desemprego e de agravamento de tensões em termos sociais, poderão existir maiores pressões para um recrudescimento do proteccionismo comercial e financeiro. Contudo, existem razões para considerar que este risco potencial se encontra mitigado atendendo: a) Ao afastamento de um cenário de colapso do sistema financeiro internacional (similar ao da década de 30); b) À nítida melhoria das expectativas dos operadores dos mercados financeiros; c) À forte possibilidade do consumo, do investimento e, consequentemente, do PIB se situarem acima do previsto no curto/médio prazo. Neste contexto, prevê-se, para os próximos anos, um crescimento da procura externa relevante
3 para Portugal e um aumento das taxas de juro. Antecipa-se, igualmente, (i) o aumento do preço do petróleo, (ii) a apreciação do euro face ao dólar e (iii) o aumento da taxa de inflação, em linha com o aumento dos preços das matérias-primas e do petróleo. O Quadro I.3 abaixo resume as hipóteses externas subjacentes ao cenário macroeconómico. Estas hipóteses reflectem informação disponível até ao dia 26 de Fevereiro de 2010.
Quadro I.3. Enquadramento internacional – principais hipóteses

Legenda: (e) estimativa; (p) previsão. (a) Euribor a 3 meses; (b) Obrigações do Tesouro a 10 anos. (c) Taxa de variação média anual, em % (variação positiva/negativa significa apreciação/depreciação do euro).
Fontes: Ministério das Finanças e da Administração Pública, CE, FMI e OCDE.
3 Procura externa relevante – é um cálculo efectuado pelo MFAP com base nas previsões do crescimento real das importações dos nossos principais parceiros comerciais ponderado pelo peso que esses países têm nas nossas exportações. No caso de Portugal foram considerados os seguintes países: Espanha (26,5%); Alemanha (13,3%); França (12,4%); Angola (8,1%); Reino Unido (5,6%); Itália (3,8%) Países Baixos (3,7%) Estados Unidos (3,6%) Bélgica (2,4%) Suécia (1,2%); Brasil (1%) e China (0,8%), que representam mais de 80% das nossas exportações.
Crescimento da procura externa relevante (%) 5,5 2,5 -2,5 1,7 2,1
Preço do petróleo Brent (US$/bbl) 72,5 96,9 51,0 61,0 61,0
Taxa de juro de curto prazo (média anual, %) (a) 4,3 4,6 2,2 2,8 2,8
Taxa de juro de longo prazo (média anual, %) (b) 4,4 4,6 4,2 4,4 4,1
Taxa de câmbio efectiva nominal para Portugal (c) 0,8 1,3 -1,6 0,0 0,0
Taxa de câmbio do EUR/USD (média anual) 1,370 1,471 1,337 1,331 1,331
2010(p) 2011(p)2007 2008(e) 2009(p)