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29 | II Série A - Número: 114 | 8 de Julho de 2010

Na SCUT Costa de Prata (A29) a «área de influência» de 20 km prolonga-se até concelhos completamente excêntricos em relação à via, abrangendo Maia, Matosinhos, Valongo, Porto e Gondomar, todos eles influenciados por outras AE (A1, A3, A4).
Por último, na SCUT Grande Porto (A41 e A42), também se registam grandes distorções estatísticas, englobando concelhos como Fafe, Guimarães, Famalicão, Póvoa do Varzim, Vila do Conde (a Norte) e Vila Nova de Gaia, Espinho, Marco de Canavezes, Amarante (a Sul), todos eles servidos por outras auto-estradas mais próximas (A1, A4, A3). Note-se que, nestes três casos, pelo facto da dimensão da «manga» ser tão alargada, há vários concelhos que entram na composição de diferentes médias, como se a mesma pessoa pudesse, simultaneamente, desdobrar-se em viagens atraídas por vias rodoviárias localizadas a norte, sul ou leste da cidade do Porto. O estudo enferma, implicitamente, de um erro estatístico grave ao admitir a possibilidade de ocorrência de situações de «ubiquidade» nas deslocações de transporte, as quais, como se sabe, são mutuamente exclusivas.
Depois, como o cálculo dos indicadores socioeconómicos é ponderado pela população dos concelhos que se inscrevem nas ditas «mangas», isso tem como efeito que a mesma população da sub-região do Grande Porto (cerca de 1,3 milhões de habitantes), tem um peso desproporcionado no apuramento dos valores médios do PIB per capita regional e do Índice do Poder de Compra Concelhio (IPCC), fazendo com que regiões, com atraso no seu desenvolvimento, pareçam estar acima dos valores médios nacionais.
Estas são razões suficientes para defender a alteração da metodologia que serviu de base ao cálculo dos indicadores, em nome da sua maior consistência e fiabilidade.
Se, por exemplo, o cálculo dos indicadores referentes ao PIB per capita sub-regional (NUTIII) e ao Índice do Poder de Compra Concelhio (IPCC) seguisse uma lógica abrangendo apenas os concelhos atravessados por cada infra-estrutura rodoviária, os valores médios apurados para os mesmos anos que serviram de base ao estudo (2003 e 2004) já denunciariam estarmos em presença de zonas deprimidas, com valores bastante abaixo dos limiares definidos (média de 90% do PIB nacional e média de 80% do IPCC nacional), conforme se pode confirmar na tabela abaixo.

Critério 1: PIB/Capita Ponderado vs PIB/Capita Médio (PIB/capita ≥ 80%) NUT III 2001 2002 2003 2005 2007 Grande Porto 104,20 103,80 102,50 111,39 113,59 Cávado 75,50 76,80 75,20 82,47 82,29 Minho-Lima 62,80 64,00 63,50 70,72 71,21 Ave 77,20 78,80 76,60 74,57 75,46 Média 79,93 80,85 79,45 84,79 85,64 Média Ponderada p/População 89,54 89,97 88,50 95,96 95,95 → Mçdia proposta no estudo da F9/EP

Nota: abrange regiões NUT III atravessadas Por outro lado, assinale-se que a base estatística utilizada no estudo da F9 Consulting está referida aos anos de 2002 e 2003. Utilizando os valores disponíveis para 2005 e 2007, confirma-se que as regiões NUTIII do Minho-Lima e Ave estão bastante abaixo dos limiares, observando-se no caso do Ave, uma regressão no rendimento per capita. Mas, sabendo-se do enorme impacto social que a actual recessão económica teve em distritos como Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo, através do maior crescimento do desemprego desde há 30 anos, não surpreenderá que estes indicadores revelem um recuo ainda mais acentuado nos valores médios a nível regional e concelhio.
Considerando o indicador do Poder de Compra Concelhio (IPCC), o cálculo incluído no estudo citado teve por base apenas os dados do INE de 2004. Trata-se, portanto, de uma análise transversal à situação dos concelhos abrangidos pela área de influência de cada SCUT, o que não permite perceber as tendências de evolução de cada concelho, quer no sentido do crescimento quer no sentido contrário.
Por outro lado, a metodologia de ponderação de cada um dos concelhos no apuramento da média global é a mesma que no caso do indicador PIB per capita. Logo, as distorções referidas quanto ao indicador anterior, não se alteram. Por exemplo, 7 dos 24 concelhos que integram a área de influência da SCUT Costa de Prata,