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19 | II Série A - Número: 196 | 20 de Junho de 2012

o CHLC, conjuntamente com o Hospital Curry Cabral, o Hospital Santo António dos Capuchos, o Hospital São José, o Hospital Dona Estefânia e o Hospital Santa Marta.
Num comunicado divulgado no dia 15 de junho de 2012, a administração do CHLC confirma que pretende encerrar a MAC “atç ao final do corrente ano” e invoca em defesa dessa decisão “a necessidade de reduzir custos, evitando o mais possível a existência de redundàncias” que, ainda segundo o CA do CHLC, resultam dos hospitais de Cascais, Vila Franca de Xira e Loures terem vindo “reter um elevado movimento assistencial realizado atç então em Lisboa, nomeadamente na MAC”.
A decisão de encerrar a MAC apoia-se em argumentos falsos e revela que, nos últimos meses, o governo não fez outra coisa senão mentir sobre os seus verdadeiros propósitos relativamente à MAC. Os argumentos em defesa do fecho da MAC são falsos. A MAC não tem reduzido o número de partos e não é aceitável que o governo queira forçar as grávidas a escolher outra maternidade que não a MAC apenas para facilitar a vida às parcerias público-privadas instaladas em Cascais, Vila Franca de Xira e Loures, com as quais contratualizou um determinado número de partos. Aliás, partos em Cascais e Vila Franca de Xira já se fazem há muitos anos, mesmo antes das PPP, e isso não se traduziu na redução de partos realizados pela MAC, cujos partos cresceram ano após ano. E, mesmo depois da recente abertura do Hospital de Loures o número de partos da MAC não baixou relativamente a anos anteriores.
O número de partos na MAC tem-se mantido sempre acima dos 5000, sendo de 5431 em 2009, 5501 em 2010 e 5759 em 2011. Em 2012, até 31 de março, a MAC já fez 1264 partos.
As grávidas da região de Lisboa optam livremente pela MAC apesar de terem outras opções. As PPP de Loures, Cascais e Vila Franca de Xira não realizam o número de partos previstos e contratualizados com o governo porque as grávidas preferem a MAC. O fecho da MAC visa obrigar as mulheres de Lisboa a escolherem os hospitais das parcerias público-privadas que o governo quer privilegiar. O fecho da MAC é um favor aos grupos privados que gerem aqueles três hospitais.
A MAC é a maternidade com maior atividade no país, incluindo as privadas. Em 2011, a MAC realizou 11 025 consultas de ginecologia, 1992 consultas de planeamento familiar, 1133 consultas de uroginecologia, 2622 cirurgias ginecológicas, 315 cirurgias de senologia, 86 cirurgias oncológicas, 5583 partos, 22 889 consultas de obstetrícia, 2055 consultas de diagnóstico pré-natal, 550 procedimentos invasivos de diagnóstico pré-natal (DPN) e efetuou 31679 admissões no Serviço de Urgência.
A MAC é a maternidade do país com cuidados mais diferenciados no domínio das grávidas de risco e dos grandes prematuros. A MAC é um Centro de Apoio Perinatal Diferenciado, contendo unidades de obstetrícia e ginecologia de diferenciação (especializadas na gravidez e partos de risco), neonatologia e de cuidados intensivos neonatais, destinadas ao internamento e acompanhamento de prematuros, bem como um pioneiro Banco de Leite Humano e um centro de procriação medicamente assistida.
No que concerne à formação de novos médicos, a MAC tem vindo a desempenhar um papel fundamental que será irreparavelmente interrompido com este encerramento. Atualmente, a MAC acolhe 36 internos de Ginecologia e Obstetrícia, apresentando-se como a instituição com maior capacidade formativa em termos quantitativos a nível nacional, recebendo ainda cerca de 20 internos de ginecologia e obstetrícia/ano de outras instituições para estágios diferenciados. Todos os anos, a MAC acolhe 35 a 40 internos de pediatria que aqui fazem a formação em neonatologia, cerca de 20 internos de medicina geral e familiar para efetuarem estágios de ginecologia e obstetrícia, além de albergar cerca de 30 internos no âmbito da formação geral do internato médico do ano comum.
Na MAC desenvolvem-se projetos de investigação científica, em articulação com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, e contribuiu-se para a formação médica pós-graduada sob a forma de cursos e outros eventos; refira-se que, em 2011, decorreu um curso pós-graduado de Patologia Médica e Gravidez que contou com 600 inscrições.
A qualidade de formação da MAC é atestada também pela produção de trabalhos científicos apresentados em congressos e reuniões científicas nacionais e internacionais; em média, anualmente são apresentados 80 trabalhos e publicados 30 artigos, sendo que alguns destes receberam prçmios de “melhor trabalho científico” em diversos congressos em Portugal e no estrangeiro.