O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 73

8

Total de acidentes (com vítimas): 32.541

Vítimas mortais: 689

Feridos (graves e ligeiros): 42.162

De entre as consequências de um acidente rodoviário contam-se, entre outras, paragens

cardiorrespiratórias, hemorragias, amnésias, fraturas ou politraumatismos.

E porque os acidentes domésticos e rodoviários podem acontecer a qualquer um, a sensibilidade para esta

realidade tem de ser despertada desde cedo. É importante saber reagir em tempo útil. É importante saber o

que fazer, manter a calma, chamar as autoridades competentes e prestar os cuidados de saúde básicos –

SBV – para manter a situação controlada até que chegue o socorro profissional.

Esta é uma matéria de extrema importância para toda a população e, é nesse sentido, que o CDS-PP

apresenta esta iniciativa. O CDS-PP entende que a forma mais eficaz de, a médio/longo prazo, termos a

grande maioria da população suficientemente informada e apta a prestar cuidados de SBV, é introduzindo nas

escolas cursos de formação nesta área, nomeadamente dirigidos aos jovens do 3.º ciclo do Ensino Básico.

Entende-se que é, assim, assegurada a universalidade da formação, bem como, é maximizado o grau de

maturidade dos jovens a quem esta é dirigida. Não basta, no entanto, que os cursos de SBV sejam prestados

de forma facultativa. É importante que sejam ministrados por pessoal técnico competente para tal e,

idealmente, com experiência em reanimação, e que todas as escolas sejam obrigadas a providenciá-los,

sendo a sua frequência obrigatória.

Segundo as guidelines de 2012 do Conselho Europeu de Ressuscitação, uma formação em SBV deverá ter

uma duração total de 6 a 8 horas, tornando fácil e oportuno incluí-la na programação escolar. O Conselho

Europeu de Ressuscitação aconselha a uma reciclagem da formação em SBV a cada 5 anos, que é o período

de validade dos algoritmos. No entanto, o International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) aconselha

à sua atualização decorridos 2/3 anos após a formação inicial. Cada reciclagem tem a duração de 6 horas.

Esta formação que o CDS-PP propõe, ao ser ministrada a alunos do 3º ciclo do Ensino Básico, possibilita que,

no final desses 5 anos de validade da formação, os jovens procedam voluntariamente à reciclagem dessa

formação.

Em termos pedagógicos, esta formação também se revela muito importante, uma vez que cerca de 30%

das chamadas recebidas pelo INEM são falsas, são brincadeiras de crianças, o que demonstra que elas não

estão sensibilizadas para a gravidade que uma “brincadeira” destas pode acarretar. É importante que as

crianças saibam que, ao fazer uma chamada falsa, podem estar a prejudicar gravemente o socorro a alguém

que verdadeiramente precise.

Assim, previamente à administração da formação em SBV, deveriam promover-seações de sensibilização

para os alunos que frequentem o 3.º ciclo do Ensino Básico, com a duração de 1 hora, incidindo sobre o que é

o 112. Uma criança ou um jovem que esteja sensibilizado para a prestação de SBV poderá, também,

sensibilizar a sua família para a importância deste tipo de cuidados.

Com uma medida destas, algumas vidas se poderão salvar.

Uma medida desta envergadura não seria, aliás, inovadora. Vinte e seis Sociedades Nacionais da Cruz

Vermelha, com o apoio da Comissão Europeia, já levaram a cabo, entre 2003 e 2004, uma campanha

europeia sobre segurança rodoviária e SBV, realizada junto das crianças em idade escolar. E porquê

crianças? Segundo a Cruz Vermelha, “as crianças são as vítimas – os acidentes rodoviários são a maior

ameaça de morte ou ferimento que as crianças enfrentam (relatório da UNICEF 2001 nos países da OCDE).

As crianças são alunos – os jovens têm motivação para aprender se a segurança rodoviária e a educação de

primeiros socorros forem ministradas de forma apelativa. Ensinar às crianças como se comportarem em

segurança nas estradas traz benefícios a longo prazo. As crianças são os futuros socorristas -

consciencializando as crianças dos perigos que representa o tráfego rodoviário e o seu papel na proteção e

socorro das vidas, estão-se a transmitir mensagens de primeiros socorros”.

De realçar o papel que os professores podem assumir. Ainda segundo a Cruz Vermelha, a “formação ativa

é uma das formas de ajudar as crianças a estarem alerta nas estradas e tomarem conta de si próprias e dos

seus colegas. Assim, os professores têm um papel fulcral neste processo de promoção da segurança infantil,