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257 | II Série A - Número: 019S1 | 2 de Novembro de 2013

Caixa 2 – Evolução de alguns indicadores de competitividade externa de Portugal no atual período de ajustamento da balança corrente

Competitividade de um país, de acordo com a Comissão Europeia (2013), refere-se à capacidade de promover uma melhoria sustentada, isto é, sem provocar desequilíbrios macroeconómicos, do nível de vida e acesso ao trabalho da população. Neste conceito inclui-se, entre outros aspetos, a competitividade externa, que consiste na capacidade de inserção do país nas trocas internacionais, nomeadamente ao nível das vantagens comparativas dos preços e dos custos.
Neste sentido, competitividade em sentido estrito pode ser aferida em termos da evolução do padrão comercial de um país, em relação ao dos seus principais parceiros. A competitividade no seu sentido abrangente implica a análise de outros indicadores, como a taxa de crescimento do produto, taxa de desemprego e produtividade total de fatores, o que não é âmbito desta caixa. Nesta caixa apresentam-se alguns indicadores para aferir a competitividade externa de Portugal face aos principais parceiros comerciais. Os principais parceiros foram identificados com base no destino dos bens exportados em 2012 e, por ordem decrescente de importância são, Espanha, Alemanha e França. Foram também analisados os dados relativos à Irlanda e à Grécia que, tal como Portugal, se encontram, no período em análise, sujeitos a um programa de assistência financeira. O atual período de ajustamento da balança corrente inicia-se em 2008, altura em que o saldo corrente da economia portuguesa atinge o mínimo de -12,6 em percentagem do PIB.

Evolução do saldo da balança corrente Na área do euro, nos últimos anos os países que se encontravam em défice diminuíram substancialmente os desequilíbrios.
No período entre 2008 e 2012, o ajustamento destes países foi de 10,7 p.p. para Portugal, 12,6 p.p. para a Grécia e 10,6 p.p.
para a Irlanda (Gráfico 1). A Espanha iniciou o ajustamento em 2007 e acumulou, até 2012, 9 p.p.. Para Portugal, o OE/2014 prevê que o ajustamento se prolongue em 2013 e 2014 acumulando 14,5 p.p.. Note-se que a dimensão deste ajustamento é comparável com o que sucedeu no período 1982-86, em que o saldo da balança corrente melhorou 14,3 p.p. (partindo de um mínimo de -16% do PIB).
Gráfico 1. Evolução do saldo da balança corrente (em percentagem do PIB)

Fonte: Comissão Europeia (AMECO) e Ministério das Finanças (para as previsões da evolução de 2013 e 2014) Em termos de composição do ajustamento, e de acordo com os dados do FMI, no período de 2008-12, o ajustamento resultou em larga medida do aumento das exportações e da diminuição das importações (Gráfico 2). Este foi o processo que também ocorreu em Espanha (ainda que, neste caso, com a diminuição das importações com uma magnitude inferior à da ocorrida em Portugal), mas é uma composição de ajustamento diferente da ocorrida na Grécia e na Irlanda. Na Grécia, a diminuição das importações foi o principal motivo para o ajustamento e, em segundo lugar, o aumento dos rendimentos obtidos. Na Irlanda, apenas as exportações contribuíram positivamente para a melhoria do saldo corrente.
O aumento das exportações portuguesas poderá ter sido motivado por uma diminuição da procura interna, contribuindo para que as empresas tenham procurado outros mercados para a colocação dos seus produtos (Esteves e Rua, 2013). Este movimento é característico de uma posição cíclica desfavorável da economia.
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Alemanha
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Grécia
Espanha
França
Portugal