O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 | II Série A - Número: 107 | 7 de Maio de 2014

A falta de manutenção da linha, a existência de material circulante desgastado, a presença de inúmeras passagens de nível ao longo do traçado, assim como o traçado sinuoso, de curvas com raio bastante apertado, fazem com que a viagem feita entre Espinho e Aveiro seja demorada e não vá de encontro às necessidades das pessoas que seriam potencialmente utilizadoras deste meio de transporte. Além disso, há a ter em conta as questões relacionadas com a segurança, sendo a linha do Vouga propícia à existência de acidentes com automóveis, por via da existência de tantas passagens de nível.
Em 2013 e devido a derrocadas ao longo da linha, o troço entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga passou a ter um limite de velocidade de 10km por hora. Este troço, de cerca de 25km passou a ser feito em cerca de 3h, o que mostra bem da falta de manutenção da linha e como o seu atual funcionamento não serve às populações. Mais recentemente a circulação ferroviária de passageiros nesse troço foi descontinuada.
Também o troço entre Espinho e Oliveira de Azeméis se revela lento (demorando mais de uma hora para percorrer cerca de 30km de linha) e agora bastante menos atrativo, uma vez que a viagem termina antes da chegada à Estação Ferroviária de Espinho, consequência das obras de enterramento da linha e da construção da nova estação.
A importância da linha do Vouga é verificável quando as populações, mesmo com os problemas referidos, continuam a utilizar o “Vouguinha” mostrando a sua importància para o território e para a mobilidade entre estes concelhos do distrito de Aveiro. A título de exemplo, dados oficiais relativos a 2007 referem uma procura anual de 300 mil pessoas.
A requalificação da via e a automatização das passagens de nível são intervenções previstas no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas, num investimento estimado em 3 milhões de euros. Apesar de esse investimento ser positivo, fica aquém das necessidades deste troço e pode manter muitos dos problemas hoje existentes.
Já se provou, por experiências como a da linha de Guimarães, que se se melhorar os tempos de viagem, melhorar o material circulante e adaptar os horários às necessidades da população, a linha ferroviária é revitalizada e volta a ter procura. Na linha de Guimarães o número anual de passageiros em 2002 era de 223 mil. Em 2002 e em 2003 que procedeu-se às obras de requalificação da linha e à sua ligação à linha do Norte.
Em 2010, mais de 2 milhões de passageiros viajavam anualmente neste troço ferroviário.
Para uma redução significativa dos tempos de viagem, o que permitiria que este troço se tornasse uma verdadeira alternativa ao transporte rodoviário (tanto o particular como o coletivo) seria necessário: alterar o troço da linha do Vouga de via estreita para via larga; proceder à correção do percurso, eliminando curvas de raio estreito; proceder à eletrificação de toda a via.
Para garantir uma melhor ligação entre esta linha e a linha do Norte, potenciando uma maior procura entre a população que necessita de se deslocar, por exemplo, para o Porto, seria necessário fazer com a linha do Vouga não terminasse na estação de Espinho-Vouga, e sim na Estação Ferroviária de Espinho, como acontecia no passado.
Seria necessário garantir a integridade de toda a linha do Vouga, em vez de se partir a mesma em pequenos troços. O Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas prevê a requalificação dos troços Espinho - Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga - Aveiro, abandonando definitivamente o troço entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga. Este troço que se pretende abandonar passa pelo centro de Albergaria-a-Velha e é um fator de intermodalidade importante, uma vez que fica a pouca distância da central de camionagem de Albergaria-a-Velha de onde partem, diariamente, autocarros de longo curso que fazem a ligação, não só ao Porto e a Lisboa, como principalmente ao interior do país (Viseu, Fundão, Covilhã, Castelo Branco»).
Por último, é necessário ampliar a oferta de horários, atualmente bastante diminuta. O PETI não só não contempla a integridade da linha e a solução de intermodalidade com o transporte rodoviário coletivo em Albergaria-a-Velha, como não contempla a reextensão do serviço da linha até à Estação Ferroviária de Espinho. Para além disso, o investimento previsto no PETI para a requalificação da Linha do Vouga é manifestamente insuficiente para se proceder a todas as obras de alteração de bitola (de via estreita para via larga) e de correção de traçado (de forma a potenciar maior velocidade média de circulação na linha).
Em comparação com os 3 milhões de investimento previstos pelo PETI, podemos referir o estudo encomendado pela Área Metropolitana do Porto que para a requalificação do troço Oliveira de Azeméis - Espinho calculava um investimento necessário de quase 70 milhões de euros.