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II SÉRIE-A — NÚMERO 134 30

Casa do Povo de Casegas, a Banda Filarmónica Caseguense, o Centro de Cooperação Familiar que fazem

gravitar à sua volta centenas de pessoas com muitas atividades ao longo do ano, de índole cultural, desportiva,

assistencial, festiva e mesmo religiosa, se atendermos à cooperação e à pertença, modo como a Igreja Católica

também se afirma como mais um elo de ligação sociocultural.

O que identifica um povo único como o de Casegas é, não só o seu caráter cultural, mas também a sua

especificidade socioeconómica ligada à forte marca da sua geografia. A razão de ser desta freguesia foi bem

apercebida pelo poder vigente, desde o primeiro rei de Portugal, quando, no tempo da pertença templária, tinha

os limites aproximados que hoje tem, excetuando as duas freguesias que foram formadas no seu território ao

longo do tempo: S. Jorge da Beira no século XIX e Sobral de S. Miguel já no século XX que, embora mais

pequenas, não foram extintas/agregadas a qualquer outra ou entre si, em 2013, o que nos permite concluir não

ter sido um dado quantitativo, em termos populacionais ou territoriais, mas apenas um dado político conjuntural

e/ou partidário, o que torna esta questão ainda mais incompreensível para a população.

Os seus limites coincidiam em dois terços antes da sua recente extinção e agregação a Ourondo (da qual

está separada por um acidente geográfico-natural, um rio, limite histórico-geográfico bem marcante, constante,

intransponível e, ainda hoje, usado como marca e separação territorial).

A questão económico-geográfica é também determinante para a criação (recriação) desta nova freguesia, já

que a delimitação zonal tem uma base territorial que tem sido ignorada: as especificidades geográficas estão,

num pequeno território, bem marcadas no espaço, (e também no tempo), pelo relevo acidentado, pelo traçado

hidrográfico de cursos de água intransponíveis, pelas difíceis comunicações entre os aglomerados

populacionais, de povoamentos concentrados no espaço, distantes entre si e, consequentemente, geradores de

identidades culturais distintas e marcadas pela diferença, ou até pelo desconhecimento mútuo e pela

rivalidade/inimizade histórica, cimentada por séculos de pertenças diferentes e ensimesmamentos

compreensíveis, aceitáveis e reconhecíveis no tempo que vivemos, como sinais de identidade secular.

Brevemente poderemos ainda referir aquilo que torna Casegas uma terra reconhecível, também no plano

nacional, que é o facto de o Centro de Cooperação Familiar ser a sede de uma organização de solidariedade

social com implantação nacional: a ordem de Santa Zita, cujo fundador, natural de Casegas, monsenhor Alves

Brás, soube transportar para o patamar nacional aquilo que era uma marca identitária de Casegas: a

solidariedade.

A identidade única e inconfundível de Casegas, alicerçada em aspetos históricos, culturais, geográficos,

económicos e sociais exige a criação desta freguesia.

III — Razões de ordem sócio-económico-demográfica

É uma freguesia com cerca de 425 habitantes (2011) com uma densidade de 10 hab./Km2 que tem vindo a

perder população de censo para censo; já teve o quádruplo em 1960, o que justifica a medida da criação da

freguesia para estancar o êxodo populacional, com a criação de serviços de proximidade que só a freguesia

permite oferecer à população, sem a dispersão que a agregação a outra freguesia implica. Os territórios de baixa

densidade, está hoje sobejamente demonstrado, precisam de uma atenção maior para manterem a população

e revitalizarem a economia local, a permanência de população e até a atração de mais gente.

Os serviços que uma Junta de Freguesia implica, contribuiriam para retardar, estancar o êxodo e permitir o

retorno de muitos naturais ou descendentes de caseguenses que têm manifestado o desejo de regressar a esta

terra que conhecem bem, pois tem aqui as suas raízes, são proprietários de terrenos e casas e pretendem aqui

investir, não só recuperando o seu património imobiliário, mas apresentando projetos inovadores na área da

agricultura, do turismo rural, de natureza, e de alojamento local que, nos tempos de crise de uma economia

virada para a especulação e lucro “fácil” que levou a esta crise que atravessamos, são uma mais-valia apreciável,

pois podem permitir a reativação, reanimação e rejuvenescimento do tecido económico e social desta localidade,

o que se traduzirá no crescimento e recuperação económica, não só a nível local, mas também regional e

nacional, ao contribuírem para a recuperação económica global do país, com a diminuição do défice, pela criação

de produtos para exportação (o azeite, as frutas, o queijo, a carne, o turismo, as madeiras, as resinas (de novo)

e outros produtos da floresta, como o mel, os cogumelos, o medronho e todos os produtos de uma economia de

montanha criadora de produtos únicos…).

Só uma freguesia, dotada com os seus órgãos em plenitude e proximidade permitirá este desiderato:

permitirá a criação de infraestruturas e/ou a sua manutenção a nível de vias de comunicação, apoio à economia