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RELATÓRIO OE2018

Economia Portuguesa: Evolução Recente e Perspetivas para 2018

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Taxas de Juro de Curto Prazo nas Economias Avançadas

Num contexto de pressões inflacionistas contidas e uma taxa de utilização da capacidade produtiva baixa

na generalidade das economias avançadas, a política monetária caracterizou-se por uma orientação

acomodatícia em 2017, especialmente na área do euro, no Japão e no Reino Unido.

A política monetária da área do euro permaneceu acomodatícia em 2017, tendo o Conselho do BCE

decidido estender até ao final deste ano o Programa de compra de ativos do sector público lançado no

início de 2015, ainda que diminuindo o montante de compras mensais de 80 para 60 mil milhões de

euros, a partir de abril. Para além da utilização de instrumentos não convencionais de política monetária

(Quantitative Easing), o Conselho do BCE, decidiu manter inalteradas, até finais de setembro de 2017, as

taxas de juro aplicáveis às operações principais de refinanciamento (em 0,00%), à facilidade permanente

de cedência de liquidez (em 0,25%), e à facilidade permanente de depósito (em -0,40%) – valores

historicamente baixos.

Também, os Bancos Centrais do Japão e de Inglaterra mantiveram, até final de setembro de 2017, as

taxas de juro diretoras em -0,10% e em 0,25%, respetivamente. Contudo, em meados de 2017, o Banco

de Inglaterra aumentou o requisito de capital pedido aos bancos, num contexto em que se assume que o

Brexit poderá ter implicações negativas na estabilidade financeira.

Pelo contrário, nos EUA, após o início da normalização da política monetária em finais de 2015, a

Reserva Federal decidiu subir em 2017 e, até setembro, as taxas de juro federais (Fed Funds), por duas

vezes (em março e junho), em 50 pontos base em termos acumulados, para o intervalo entre 1,00% e

1,25% (entre 0,50% e 0,75%, no final de 2016), sendo expectável uma nova subida até ao final do ano.

Para além disso, na reunião de 20 setembro de 2017, a Reserva Federal anunciou também o início da

redução do balanço do banco central norte-americano, preparando a reversão do processo de compra

massiva de ativos entre 2008 e 2014, em resposta à crise financeira.

As taxas de juro de curto prazo na área do euro desceram ao longo de 2017, renovando níveis

historicamente baixos, com a Euribor a 3 meses a situar-se, em média, em -0,33% no conjunto dos nove

primeiros meses (-0,26% no ano de 2016). Pelo contrário, nos EUA, as taxas prosseguiram o movimento

ascendente, tendo a Libor referente a depósitos USD subido para 1,20% (0,74%, em média, no ano de

2016).

Num contexto de elevada incerteza da recuperação económica e de inflação contida, os níveis oficiais

das taxas de juro das principais economias avançadas deverão continuar baixos durante um período

alargado.

13 DE OUTUBRO DE 2017________________________________________________________________________________________________________________

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