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6 DE FEVEREIRO DE 2023

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características benignas, com maior ou menor extensão. Nas várias localizações extrauterinas, esse tecido sofre

transformações semelhantes às que ocorrem no útero durante o ciclo menstrual, que se traduzem, mais

frequentemente, em dor e infertilidade.»1

Estima-se que a incidência de endometriose em Portugal seja de cerca de 700 000 casos2, afetando uma em

cada 10 mulheres em idade reprodutiva.3 Segundo os especialistas, nos 60 % de mulheres com infertilidade, a

causa que está por base é a endometriose4, tendo em conta que os órgãos mais afetados pela endometriose

são precisamente os do aparelho reprodutor feminino – a vagina, os ovários e as trompas.

Desde os primeiros sintomas até ao diagnóstico final podem passar vários anos (estima-se entre 8 e 10

anos)5, e para grande parte das mulheres que sofrem desta doença as dores tornam-se gravemente

incapacitantes devido às hemorragias internas e reações inflamatórias, o que, ao longo do tempo, vai causando

sobretudo dor associada à menstruação (dismenorreia), à relação sexual (dispareunia) e dor pélvica crónica.

Os sintomas e a intensidade dos mesmos variam de mulher para mulher e podem variar também consoante

os órgãos afetados. A dor forte e as hemorragias intensas são praticamente transversais, mas podem ocorrer:

cansaço, astenia, dispepsia, depressão, entre muitos outros.6

É também durante o período menstrual que a dor se agudiza e são também característicos sintomas como

vómito, cansaço extremo, diarreia, infeção urinária e inchaço abdominal.

Pelo exposto facilmente se percebe o quão incapacitante é esta doença. A endometriose «limita as atividades

diárias das suas portadoras levando ao absentismo no trabalho e na escola. Devido às constantes faltas,

provocadas não só pela sintomatologia da doença, que muitas vezes impede as portadoras até de caminhar,

mas também pela necessidade constante de recorrer a consultas médicas e à realização de exames, o que

resulta em muitos os casos em perdas de emprego e insucesso escolar.7

Para além de afetar a qualidade de vida e a saúde da mulher, altera ainda a dinâmica familiar e, devido aos

elevados custos dos tratamentos e da medicação, altera também em termos financeiros a vida familiar.

Segundo a Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose: «até à data não existem, em

Portugal, estudos que permitam quantificar os impactos económicos e financeiros que a endometriose tem no

orçamento familiar e na sociedade em geral. No entanto, um estudo realizado com 909 mulheres com

endometriose de 10 países concluiu que a média de custos anuais totais por mulher com endometriose é de

9579 €, sendo 6298 € de custos indiretos e 3281 € de custos diretos, dos quais cerca de 95 % (3117 €) dizem

respeito a cuidados com a saúde. Neste estudo, as parcelas mais importantes dos custos com cuidados de

saúde referem-se a cirurgia, 29 % (904 €); exames de diagnóstico, 19 % (592 €), e consultas médicas, 16 %

(499€). Os gastos com medicação representaram 10 % (312 €) daqueles custos».8

A adenomiose é considerada um tipo de endometriose, pois corresponde ao crescimento do tecido

endometrial dentro do músculo do útero. Pode ser focal, quando se localiza numa determinada região do útero,

ou difusa, quando se espalha por toda a parede do útero, deixando-o mais pesado e volumoso.

Os primeiros sintomas de adenomiose podem surgir 2 a 3 anos após o parto, mesmo nos casos em que a

mulher já tem adenomiose desde a infância, e geralmente deixam de surgir após a menopausa, quando o ciclo

menstrual deixa de acontecer. Provoca igualmente sintomas incapacitantes como dor, sangramento intenso ou

cólicas fortes, especialmente durante a menstruação. A adenomiose tem cura através da histerectomia, contudo

esta cirurgia só acontece quando os sintomas não conseguem ser controlados com medicamentos anti-

inflamatórios ou hormonais.

O Chega considera, assim, que é de elevada importância que exista uma maior divulgação e

consciencialização destas patologias, por forma a que se verifique consequentemente uma maior compreensão

da doença e dos seus impactos na qualidade de vida das mulheres que delas sofrem. Ao alertar e divulgar esta

patologia, ou seja, consciencializar a sociedade para a endometriose e a adenomiose, prendemos a atenção na

identificação precoce dos sintomas bem como no tratamento mais adequado, para minimizar o impacto dos

1 https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/endometriose-sintomastratamentos#:~:text=Estima-se%20que%20a%20incid%C3%AAncia%20de%20endometriose%20em%20Portugal,pode%20ocorrer%3A%20Durante%20a%20mic%C3%A7%C3%A3o%20ou%20a%20defeca%C3%A7%C3%A3o. 2 www.hospitaldaluz.pt/pt/guia-de-saude/dicionario-de-saude/endometriose-sinto 3 https://www.cuf.pt/mais-saude/endometriose-o-que-e-sintomas-e-tratamentos 4 https://www.cuf.pt/mais-saude/endometriose-o-que-e-sintomas-e-tratamentos 5 https://mulherendo.pt/endometriose-impacto-economico-na-familia-e-na-sociedade/ 6 https://www.cuf.pt/mais-saude/endometriose-o-que-e-sintomas-e-tratamentos 7 https://mulherendo.pt/endometriose-impacto-economico-na-familia-e-na-sociedade/ 8 https://mulherendo.pt/mulherendo/

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