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7 DE MARÇO DE 2023

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Hospital Beatriz Ângelo, em Loures

Maio 2022

Loures ex-PPP vai ou racha

«Têm sido semanas de declínio no Hospital Beatriz Ângelo, que deixou de ser gerido pelo grupo Luz Saúde

a 18 de janeiro, passando a ter gestão pública com o fim da parceria público-privada (PPP). Médicos ouvidos

pelo Nascer do SOL são unânimes: a transição não correu bem, com impacto nos doentes, atingindo em

particular obstetrícia, cirurgia, mas também oncologia. A saída de médicos para o privado (Luz e não só) e para

outros hospitais públicos, os limites às contratações e as mudanças na organização do trabalho, com cortes nos

turnos de fim de semana para fazer exames, são alguns dos problemas que têm estado a causar atrasos na

resposta clínica. Anestesiologia é uma das áreas críticas, com impacto no resto do hospital: os 30 médicos

anestesiologista nos quadros passaram a sete — e ao que o Nascer do SOL apurou, chegaram a ameaçar

demitir-se se nada fosse feito — mas saíram também imagialogistas e médicos especialistas em obstetrícia.

Quantos ao todo ninguém sabe dizer e o hospital, contactado pelo Nascer do SOL, não respondeu em detalhe,

mas reconhece que no caso de anestesiologia está a viver uma “situação excecional”.

Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, que já tinha

manifestado preocupação com o que se está a passar em Loures, sublinha que todas as soluções que permitam

repor a capacidade de trabalho nos hospitais públicos são bem-vindas. “Se estas soluções fossem aplicadas

em todos os hospitais, se o SNS conseguir dar melhores condições de trabalho aos profissionais, não vai

continuar a perder médicos”, sublinha, defendendo que o caso de Loures reitera que é incontornável mudar os

instrumentos de gestão que hoje limitam a capacidade dos conselhos de administração dos hospitais EPE para

reter e recompensar as equipas, conduzindo a um êxodo do SNS.“O que vemos aqui é que os bons modelos

de gestão devem ser copiados e os maus não”, diz, notando que as dificuldades que existem hoje no Beatriz

Ângelo, comuns a outros hospitais do País, são um problema que não existia ali há três meses, quando o hospital

podia contratar e remunerar os profissionais sem estar sujeito às regras da contratação pública. “Em janeiro

estava tudo a funcionar. A população era a mesma, os médicos existem e trabalhavam ali. As regras de

contratação que existiam no hospital quando era PPP é que desapareceram e as pessoas simplesmente não

vão continuar a trabalhar 70 ou 80 horas por semana podendo ir para outro sítio com melhores condições. E

houve médicos a sair para o privado mas também para hospitais públicos onde trabalham menos ganhando o

mesmo”. O médico lembra que, quando a PPP chegou ao fim, já havia esta preocupação e nada foi feito, com

a resposta do hospital a degradar-se desde então: “Visitámos o hospital na véspera do fim da PPP e as pessoas

estavam muito preocupadas. Depois as principais preocupações confirmaram-se. Tem havido uma incapacidade

do hospital para responder às necessidades normais da população, o que é mais grave quando devia estar a

ter lugar uma recuperação das listas de espera causadas pela pandemia”.»

Junho de 2022

Autarca de Loures diz-se «ciente e preocupado» com problemas na Urgência

«O presidente da Câmara de Loures diz-se “ciente e preocupado” pelos episódios de fecho de Urgência

Obstétrica no Hospital Beatriz Ângelo e avança que cabe ao Ministério das Finanças dar o aval para a admissão

de mais médicos. Ricardo Leão recolheu da administração do hospital a informação de que “os concursos para

a admissão de mais clínicos para o HBA já receberam o Ok do Ministério da Saúde, permanecendo pendente a

sua autorização por parte do Ministério das Finanças”.»

Agosto de 2022

O Hospital de Loures está a contratar enfermeiros por 40 horas semanais

«O problema é que outros hospitais públicos contratam por 35 horas semanais, o que está a levar muitos

enfermeiros a abandonar o hospital de Loures. O Sindicato Independente dos Enfermeiros afirmou que há falta

de profissionais em todos os serviços do hospital.»

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