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12 | II Série B - Número: 143 | 23 de Junho de 2009

está em causa é que se pretenda fazer crer que apenas um artista nascido no Algarve (Manuel Baptista) tem mérito suficiente para ombrear com 86 componentes do circuito da fama e da elite.
O que está em causa, do ponto de vista estritamente político, que é onde se decide a utilização do dinheiro dos contribuintes, é saber da legitimidade de uma governação centralista continuar a mandar em Lisboa quem expõe ou quem actua no Algarve, como se à luz do princípio da subsidiariedade não fosse mais correcto atribuir as verbas a instituições do Algarve (como a Turismo do Algarve, por exemplo) e deixar que estas tomassem as decisões que mais interessam à região. Houvera um governo regional, e certamente que nomes de artistas algarvios como Daniel Vieira, Fonseca Martins. Stella Barreto, Xana, João Vicente de Brito, Carlos Vila, Paulo Serra, Leal Martins ou Cidália Brito, só para citar alguns, seriam promovidos e distinguidos a par e passo com as presenças que vêm de fora, e que também nos devem honrar.
O que se está a passar, na esteira do que se passou com a Faro Capital da Cultura, é que se gastam autênticas fortunas com eventos importados, e depois o que sobra da cultura algarvia, ou dos algarvios criadores, são migalhas com sabor a nada. O Algarve continua a fazer de montra do que vem de fora, e a servir interesses instalados que lhe são alheios. O colonialismo, não é apenas económico, é também cultural.
E não se argumente com o facto de algumas autarquias do Algarve estarem associadas ao evento, pois entre ficar de fora e estender a passadeira do acolhimento escolheram o possível, que não significa o desejável a que tinham direito. E que não se rebata esta contestação sob o epíteto de bairrismo bacoco. No universalismo cultural que caracteriza as origens do Algarve e a sua prática contemporânea não cabe a palavra exclusão. O que não se aceita é serem os algarvios os excluídos na sua própria terra.
Feita esta catilinària introdutória, e ao abrigo das disposições constitucionais, legais e regimentais em vigor, requere-se resposta do Ministério da Economia e da Inovação às seguintes perguntas: 1 - Confirma que o orçamento do Art Algarve 2009 ė de € 800 000,00?