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ciclos de sono. Sabe-se que esta destruição neuronal é adquirida, apesar de não se saber ainda
como, sendo que as hipóteses de infeção viral ou resposta autoimune parecem ser as mais
prováveis. As pessoas com narcolepsia apresentam sonolência diurna excessiva, catalepsia,
paralisia do sono e alucinações hipnagógicas.
Após os primeiros casos reportados na Suécia, a EMA bem como o comité de peritos para a
segurança nos programas de vacinação (Global Advisory Committee on Vaccine Safety) da
OMS têm vindo a analisar uma eventual associação entre a narcolepsia juvenil e a vacinação
com Pandemrix.
Em meados de 2011, a EMA recomendou a restrição no uso de Pandemrix em pessoas com
menos de 20 anos, considerando indicada a utilização desta vacina apenas quando não houver
vacina trivalente contra a gripe sazonal, referindo contudo que a ponderação risco-benefício da
vacinação se mantinha positiva. A OMS emitiu recomendações semelhantes.
Em setembro de 2012, foi publicado o estudo “Narcolepsy in association with pandemic
influenza vaccination: a multi-contry European epidemiological investigation”, efetuado pelo
ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control). Este estudo permite constatar
que, até agosto de 2012 haviam sido reportados à ECDC mais de 600 casos de pessoas
diagnosticadas com narcolepsia após inoculação com Pandemrix, sendo que mais de 100 delas
são adultas.
A ECDC reitera as recomendações da EMA e da OMS, reconhecendo existir um aumento no
número de diagnósticos de narcolepsia efetuados na Finlândia e na Suécia após as campanhas
de vacinação contra o vírus H1N1; a ECDC considera que não é de negligenciar o facto de que
o alerta mediático em torno deste assunto poderá ter originado mais atenção para o diagnóstico
da narcolepsia.
Por outro lado, no mês passado foi publicado na revista Vaccine o estudo designado “The
incidence of narcolepsy in Europe: Before, during, and after the influenza A(H1N1)pdm09
pandemic and vaccination campaigns” de Leonoor Wijnansa et al. Este estudo, que abrangeu
seis países (Dinamarca, Finlândia, Itália, Holanda, Suécia e Reino Unido) permitiu concluir o
aumento do número de diagnósticos de narcolepsia na Suécia e na Finlândia mas não nos
restantes países envolvidos no estudo.
Em Portugal, a possível associação entre a vacinação com Pandemrix e o diagnóstico de
narcolepsia tem sido alvo de algumas notícias na comunicação social. O Bloco de Esquerda
considera que este é um assunto sensível, que deve ser encarado com rigor e sobriedade, de
modo a que os estudos necessários possam ser efetuados e que a população possa ser
esclarecida, evitando-se perturbações desnecessárias que possam levar à suspeição sobre a
vacinação.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o
Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do
Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:
O Governo tem conhecimento da situação exposta?1.
Desde 2009, foram reportados ao INFARMED casos de diagnóstico de narcolepsia
potencialmente associados à vacinação com Pandemrix? Em caso de resposta afirmativa,
quantos casos foram identificados (por ano)?
2.
II SÉRIE-B — NÚMERO 145
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