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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
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O Secretário da Mesa
Assunto:
Destinatário:
Ex. ma Sr.ª Presidente da Assembleia da República
A rutura de um aneurisma cerebral manifesta-se como uma hemorragia subaracnoídea (HSA). A
HSA tem uma taxa de mortalidade superior a 50% e é responsável por uma elevada morbilidade
nos sobreviventes. Uma parte significativa das mortes deve-se a um processo de rutura
secundária (o aneurisma rompe novamente após a primeira rutura) e é aí que muitos doentes
acabam por morrer e é também aí que a medicina hoje pode intervir eficazmente para prevenir a
catástrofe.
O tratamento da rutura dos aneurismas cerebrais evoluiu muito nos últimos anos. Hoje em dia a
possibilidade de tratar os aneurismas de forma endovascular (através de cateterismo de uma
artéria femoral) em alternativa à cirurgia cerebral, trouxe rapidez e menos complicações. De
acordo com toda a evidência científica publicada nos últimos anos e consensos internacionais,
após uma primeira rutura de aneurisma o tratamento desse mesmo aneurisma deve ser feito o
mais precocemente possível, de preferência nas primeiras 24 horas. Este procedimento previne
a re-hemorragia e permite um tratamento adequado das lesões secundárias que surgem
frequentemente nas primeiras duas semanas após a rutura.
Em virtude desta evidência e com vista ao melhor tratamento possível dos doentes com esta
patologia, o Centro Hospitalar de Lisboa Central criou nos últimos anos uma equipa de
Neurorradiologia de Intervenção, com quatro médicos diferenciados/especializados no
tratamento endovascular dos aneurismas. Esta equipa assegurava, até fevereiro deste ano, uma
escala de prevenção ao fim de semana que permitia que assim que um doente desse entrada
no hospital com rutura de aneurisma, pudesse ser imediatamente tratado. Durante estes anos
preveniram-se mortes desnecessárias com esta escala. Para além disso em toda a região sul do
país esta era a única equipa que assegurava este tratamento durante o período de fim-desemana, pelo que recebia doentes com rutura de aneurisma de todo o sul do país.
Desde o mês de fevereiro, após o corte imposto pelo governo no pagamento de horas
extraordinárias a todos os funcionários públicos, estes médicos recusaram-se a continuar a
assegurar a referida escala ao fim de semana, porque implicaria estarem 48 horas sempre
X 2323 XII 2
2013-06-11
Jorge
Machado
(Assinatur
a)
Digitally signed by
Jorge Machado
(Assinatura)
Date: 2013.06.11
19:58:21 +01:00
Reason:
Location:
Escala de Neurorradiologia de Intervenção no Centro Hospitalar de Lisboa Central
Min. da Saúde
12 DE JUNHO DE 2013
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