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12 DE OUTUBRO DE 2015

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No centro de todo o GES, encontramos então o GBES que desenvolve sobretudo actividades dentro do

sector financeiro (banca comercial, banca de investimento, capital de risco, gestão de activos e de patrimónios,

seguros, fundos de investimento). Além do próprio BES, enquadra o BESI, BES Vida, BESA, ESAF, BEST, BES

África, BES Finance, ES Tech Ventures e Espírito Santo Ventures, BES Oriente, Aman Bank, BES Vénétie,

BESIL/BIC, ES PLC/ESIP, ES Bank, BES Cabo Verde, IJAR Leasing, ES Investment Bank, Moza Banco, BESI

Brasil ou BES GmbH. No seu conjunto, ao GBES correspondem mais de 10 mil postos de trabalho, dos quais

perto de 7400 em Portugal.

Ainda dentro do ramo financeiro, a ESFG, fundada em 1984, agrega, além do GBES, a Tranquilidade, Banque

Privée, ES Bank Panamá, ES Bankers e ESFIL.

Seja através do GBES ou da ESFG, o GES desenvolve assim actividades financeiras numa vasta diversidade

de geografias, que para além de Portugal abarcam Espanha, Luxemburgo, Angola, Suíça, EUA, Brasil,

Venezuela, França, Reino Unido, Irlanda, Macau, Moçambique, Panamá, Alemanha, Argélia, China, Índia,

Polónia, Cabo Verde, Líbia, Dubai, Bahamas e Ilhas Caimão.

Já a área não financeira desenvolve um vasto conjunto de actividades, acima resumidas, e agregadas

essencialmente através da Rioforte, criada em 2010, que aposta geograficamente no triângulo do Atlântico Sul

(com vértices no Sudoeste Europeu, América do Sul, com especial incidência no Brasil e Paraguai, e África, com

especial incidência em Angola).

Entre as principais unidades da Rioforte, por áreas de negócio, contam-se: i) no imobiliário, a Espírito Santo

Property; ii) na saúde, a Espírito Santo Saúde; iii) no turismo, Hotéis Tivoli, Espírito Santo Viagens e Herdade

da Comporta; iv) na agricultura, a Herdade da Comporta, Paraguay Agricultural Corporation, Companhia

Agrícola Botucatu/Agriways, COBRAPE e Mozambique Agricultural Corporation; v) na Energia, a Georadar,

AssetGeo, Energias Renováveis do Brasil e Luzboa. Noutras áreas de actividade, situam-se a Monteiro Aranha

e Brazil Hospitality Group.

Ainda dentro do ramo não financeiro, mas enquadradas fora da Rioforte, é de sublinhar a existência da

ESCOM, centrada sobretudo em actividades de exploração mineira e gestão imobiliária em Angola, bem assim

como da OPWAY, na área da construção.

Além de Portugal, as actividades do ramo não financeiro desenvolvem-se sobretudo no Brasil, Paraguai,

Angola e Moçambique.

No topo, encontramos então as empresas ES Control e ESI, controladas pelos cinco ramos da família Espírito

Santo, sendo as opções estratégicas do GES definidas essencialmente ao nível do seu Conselho Superior, um

órgão não estatutário onde todos os ramos da família se fazem representar.

Em termos de participações accionistas, é de referir em particular, ao nível da cascata de participações que:

i) a família Espírito Santo detém a totalidade do capital social da ES Control e, por via desta e outras empresas

por si detidas (Control Development e ESAT) a maioria do capital social da ESI (57%); ii) por sua vez, a ESI

detinha 100% da Rioforte e da Espírito Santo Resources, e cerca de 49% da ESFG; iii) após o aumento de

capital social do BES, realizado em 2014, o GES passa a deter uma participação no GBES de cerca de 25%,

através da ESFG, seguindo-se enquanto accionista de referência o Crédit Agricole, com 12%.

Estamos portanto perante uma estrutura complexa, com teias e cascatas de relações entre empresas, dentro

de um vasto conglomerado misto, onde se efectuam sofisticadas operações de engenharia financeira, em

constante adaptação, com presença em diversos países, envolvidos por enquadramentos regulamentares

diversos, diferentes entidades de supervisão e modos de concretização das funções de auditoria, além de

nalguns casos existir particular opacidade no acesso a informação.

Toda esta vasta realidade remonta, nas suas origens, a 1869, quando foi inaugurada uma casa de câmbios,

em Lisboa, por José Espírito Santo Silva, acompanhado de outros investidores, dando origem mais tarde, em

1920, ao Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL). Este viria a ser alvo de nacionalização em 1975,

para em 1986, através da fundação do Banco Internacional de Crédito (BIC), se assistir ao regresso do GES a

Portugal, consolidado em 1991/1992 através da privatização do BESCL, que passa então a adoptar a firma BES,

ainda que o GES tivesse reiniciado actividades em Portugal logo em 1977, através do Banque Privée (com sede

na Suíça).

Face à gravidade do sucedido, com o colapso de um grupo económico desta dimensão, relevância e história,

e do que tal representa para toda a sociedade portuguesa, entendeu a Assembleia da República intervir, de

forma necessariamente complementar face às iniciativas desenvolvidas pelas entidades supervisoras, aos