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II SÉRIE-B — NÚMERO 2

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VOTO N.º 1/XIII (1.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE PAULO CUNHA E SILVA, VEREADOR DA CULTURA DA

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO

Morreu Paulo Cunha e Silva.

E agora? É o que nos perguntamos depois do choque, porque era o que ele sempre perguntava a quem o

acompanhava, a quem o admirava, a quem o seguia, desafiando a inquietação e a genialidade para novas

respostas, inapelavelmente incompletas rumo a novas indagações.

Paulo Cunha Silva morreu de forma inesperada e brutal como Vereador da Cultura do Porto. Morreu a fazer

renascer a cultura na cidade, a cidade que amava e de que fez mundo, onde tudo pode acontecer em todo o

lado. Queria uma cultura completa para uma cidade completa e como laboratório político-cultural do País. Era

um executor do pensamento: pensava e fazia o que pensava.

O seu percurso dificilmente é confinável.

Licenciado em Medicina, Mestre e Doutor pela Universidade do Porto, onde foi Professor de Anatomia, era

também Professor Associado de Pensamento Contemporâneo na Faculdade de Desporto da Universidade do

Porto.

Foi um dos principais responsáveis pela programação do Porto 2001, tendo sido considerado uma das figuras

mais relevantes da Capital Europeia da Cultura e nomeado para Personalidade do Ano.

Foi também presidente do Instituto da Artes do Ministério da Cultura, Conselheiro Cultural da Embaixada de

Portugal em Roma e Comissário de um extenso programa de Guimarães 2012. Colaborava há largos anos com

a Fundação de Serralves, com a Fundação Gulbenkian e era presidente da Comissão de Cultura do Comité

Olímpico Português. Era, desde 2013, Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, ele que dizia que

seria Ministro quando o Porto fosse uma Nação.

Paulo Cunha e Silva era uma pessoa apaixonante e magnética, repleta de genialidade, socialmente

empenhado, onde tudo se conjugava em rede, de forma líquida: cultura, política, cidade, território, mundo.

Viveu os últimos anos a fazer, com felicidade, a feliz cidade. Aos seus amigos e admiradores, associando-

nos à dor dos seus familiares, cumpre-nos mantê-lo vivo. Paulo Cunha e Silva continua a respirar nas suas

ideias e no seu trabalho, porque o futuro nunca morre.

Quando? Agora e sempre.

Assembleia da República, 11 de novembro de 2015.

Os Deputados do PS: António Costa — Tiago Barbosa Ribeiro — José Luís Carneiro — Ricardo Bexiga —

Renato Sampaio — Isabel Santos — Idália Salvador Serrão — João Torres — Carlos Cesar — Inês de Medeiros

— Luísa Salgueiro — Rosa Maria Bastos Albernaz — Ana Paula Vitorino — Isabel Oneto — Bacelar de

Vasconcelos — Alexandre Quintanilha — Alberto Martins.

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VOTO N.º 2/XIII (1.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO ESTADISTA ALEMÃO HELMUT SCHMIDT

A morte de Helmut Schmidt, ocorrida ontem na sua cidade natal de Hamburgo, aos 96 anos, priva-nos de

uma das maiores figuras de estadista e do universo político alemão, europeu e mundial do pós-guerra.

Priva, por igual, o nosso país do político europeu que, porventura, mais contribuiu, de forma altamente

solidária, para a criação e capacitação institucional do nosso Estado de Direito Democrático.