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29 DE FEVEREIRO DE 2020

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contra o fascismo e contra a guerra colonial. No final de 1971, fundou o jornal clandestino, O Grito do Povo.

Em 1973, foi preso e espancado pela polícia política. Submetido pela PIDE à tortura do sono, durante duas

semanas, não confessou nada, nem denunciou ninguém, sendo mais tarde deportado para Angola.

Regressou ao Porto com o 25 de Abril de 1974. Pedro Baptista deixou-nos poucas horas antes da abertura

da exposição inaugural do programa de comemoração dos 200 anos da Revolução Liberal. A cidade confiou-

lhe a presidência das celebrações do Bicentenário da Revolução de 1820 que, a partir do Porto, iria pôr termo

ao absolutismo monárquico e libertar o País da tutela militar britânica.

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ali

concluiu também o doutoramento em Filosofia. Legou-nos uma vasta obra literária, do ensaio filosófico à

escrita memorialista e à ficção. O empenhamento cívico e o combate político marcam toda a sua vida. Membro

da Assembleia Municipal do Porto, na bancada do movimento de Rui Moreira, foi Deputado do Partido

Socialista na Assembleia da República, eleito pelo círculo do Porto, e candidato do PS à Câmara de

Gondomar. Permaneceu fiel às suas raízes e às causas de sempre: o Norte e o Porto onde nasceu, a

regionalização, o livre pensamento.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Pedro

Baptista, presta homenagem ao cidadão exemplar e apresenta sentidas condolências aos seus familiares e

aos seus amigos.

Palácio de São Bento, 26 de fevereiro de 2020.

Os Deputados do PS: Pedro Delgado Alves — Pedro Cegonho — Santinho Pacheco — Bacelar de

Vasconcelos — Edite Estrela — Carla Sousa — Bruno Aragão — Susana Correia — Cristina Sousa —

Anabela Rodrigues — Hugo Oliveira — Paulo Marques — Ricardo Leão — Palmira Maciel — Ana Maria Silva

— Joana Bento — Joaquim Barreto — Maria da Graça Reis — José Luís Carneiro — Lara Martinho — João

Azevedo — Romualda Fernandes — José Manuel Carpinteira — Norberto Patinho — Jorge Gomes —

Alexandre Quintanilha — Rita Borges Madeira — Filipe Pacheco — Fernando Paulo Ferreira — Francisco

Pereira Oliveira — Pedro Sousa — Cristina Moreira — Marta Freitas — Telma Guerreiro — Ricardo Pinheiro

— Cláudia Santos — José Rui Cruz — Olavo Câmara — Nuno Fazenda — Célia Paz — Isabel Oneto —

Raquel Ferreira — Sara Velez — Cristina Jesus.

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PROJETO DE VOTO N.º 193/XIV/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE VASCO PULIDO VALENTE

Vasco Pulido Valente, pseudónimo de Vasco Valente Correia Guedes, nasceu em Lisboa a 21 de

novembro de 1941, faleceu, aos 78 anos, na mesma cidade, a 21 de fevereiro de 2020.

Com origens numa família com elevada cultura intelectual e com uma forte oposição ao Estado Novo, era

neto paterno de Francisco Pulido Valente e filho de Júlio António Bogarim Correia Guedes e de Maria Helena

dos Santos Pulido Valente, ambos destacados membros do PCP.

Estudou Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, durante o final dos anos 60 e início

dos anos 70, foi estudar para Inglaterra onde se doutorou em História, na Universidade de Oxford, com a tese

«O Poder e o Povo: a revolução de 1910», orientada por Raymond Carr.

Vasco Pulido Valente foi Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro, no VI

Governo Constitucional, e Deputado à Assembleia da República, eleito pelo PSD, durante 4 meses, na VII

Legislatura.

Historiador, ensaísta, professor, jornalista e analista político, Vasco Pulido Valente era, sobretudo, um

homem livre. Livre das convenções do politicamente correto, livre da necessidade geral de agradar a quem o

ouvia, livre das amarras de quem espera reconhecimento, desafiou com liberdade a classe política e agitou