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11 DE JULHO DE 2020

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Vila Franca de Xira é a terra que o viu nascer em 25 de março de 1936 e que se não fosse a pandemia de COVID-19, nesse dia estaria a festejar a Festa de Colete Encarnado em homenagem aos Campinos e às gentes da Lezíria.

Terminou assim a vida repleta de aventuras e sucessos de uma das maiores figuras do toureio de todos os tempos.

Tendo começado a sua longa carreira como bandarilheiro nas décadas de 50 e 60 do século XX, rapidamente atingiu notoriedade internacional, conquistando os prémios nacionais mais importantes, integrando igualmente quadrilhas de matadores espanhóis e granjeando o estatuto de «Melhor Bandarilheiro do Mundo», sendo aquele que mais prémios conquistou a nível mundial.

A 4 de maio de 1967 debutou na Monumental de Las Ventas a sua carreira de novilheiro e nesse próprio ano tomou a alternativa como matador de toiros em Badajoz, confirmando-a em 1975 na Monumental do México e em 1980 em Las Ventas, Madrid.

A fama e glória alcançada nas arenas de todo o Mundo transportaram-no (e ao nome de Vila Franca de Xira e de Portugal) para um patamar de notoriedade internacional inabitual à época na cena cultural transnacional, tendo privado, entre muitos outros, com Hemingway, Orson Welles, Ava Gardner e Audrey Hepburn e tendo sido inspiração para um quadro de Pablo Picasso.

No dealbar da década de 90 do Séc. XX despediu-se das lides profissionais no Campo Pequeno, em Lisboa, tendo sido agraciado pelo Governo português com a Medalha de Mérito Cultural e, em 2005, com a Ordem do Mérito pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, ano em que se editou o livro autobiográfico «Da Prata ao Ouro», com um belíssimo prefácio de Agustina Bessa-Luís.

Desde outubro de 2001, na casa que o viu nascer, em Vila Franca de Xira, funciona a «Casa Museu Mário Coelho», que tem desenvolvido atividades culturais em parceria com museus, escolas e entidades oficiais, recebendo visitas oriundas de todas as partes do mundo.

Depois de em 2015 ter estado patente, no Celeiro da Patriarcal em Vila Franca de Xira, a exposição «MÁRIO COELHO – 60 ANOS DE GLÓRIA», entendeu o município homenageá-lo com a inauguração de um busto do escultor Paulo Moura, o ano passado, em frente ao local onde residia.

Em fevereiro deste ano, o Poeta Manuel Alegre apresentou, no Campo Pequeno, a sua biografia da autoria de António de Sousa Duarte intitulada «Mário Coelho – Um Homem Inteiro».

Até morrer, nunca deixou de colaborar com ganadarias no afinamento e desenvolvimento do Toiro Bravo, de que era exímio conhecedor, e promoveu e participou em colóquios e outras atividades culturais ligadas, entre outras, às artes plásticas e ao mundo tauromáquico.

Foi um ídolo para muitos e muitas da sua geração, deixando memórias bem presentes em quem o acompanhou e ensinamentos úteis a quem estuda a arte do toureio e o ecossistema do Toiro Bravo.

Pelo exposto, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, decide demonstrar o seu profundo pesar e consternação pelo falecimento do Maestro Mário Coelho e apresentar à família as suas sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 6 de julho de 2020.

As Deputadas e os Deputados do PS: Maria da Luz Rosinha — Fernando Paulo Ferreira — Pedro do Carmo — Luís Moreira Testa — Mara Coelho — Hugo Costa — Vera Braz.

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PROJETO DE VOTO N.º 278/XIV/1.ª DE PESAR PELO FALECIMENTO DO MAESTRO MÁRIO COELHO

No dia 5 de julho, no Hospital de Vila Franca de Xira, faleceu o Maestro Mário Coelho, um dos maiores símbolos do toureio a pé, em Portugal.