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II SÉRIE-B — NÚMERO 30

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necessidade de «destruir a barreira entre o público e o artista» e de «informalizar os concertos», procurando

alargar a fruição a novos públicos e cativar as gerações mais novas.

Assim, a Assembleia da República reunida em sessão plenária, presta homenagem ao legado do Maestro

José Atalaya e ao seu papel na vida cultural e musical portuguesa das últimas décadas, e endereça aos seus

familiares e amigos as suas sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 24 de fevereiro de 2021.

As Deputadas e os Deputados do PS: André Pinotes Batista — Maria Joaquina Matos — Vera Braz —

Mara Coelho — Olavo Câmara — Pedro Sousa — Ana Passos — Fernando Paulo Ferreira — Francisco

Pereira Oliveira — Nuno Fazenda — Telma Guerreiro — Marta Freitas — Romualda Fernandes — Anabela

Rodrigues — Susana Correia — José Manuel Carpinteira — Filipe Pacheco — Clarisse Campos — Cristina

Mendes da Silva — Nuno Sá — Edite Estrela — Francisco Rocha — Pedro Cegonho — Pedro Delgado Alves

— Rosário Gambôa — Ana Paula Vitorino — José Magalhães — Bruno Aragão — Carla Sousa — Diogo Leão

— Sara Velez — Cristina Sousa — Bacelar de Vasconcelos — Maria da Graça Reis — Sofia Araújo — Raquel

Ferreira

———

PROJETO DE VOTO N.º 475/XIV/2.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE CARMEN DOLORES

Faleceu, no passado dia 15 de fevereiro, aos 96 anos, a atriz Carmen Dolores.

Carmen Dolores foi uma das grandes atrizes portuguesas, tendo-se notabilizado no teatro, no cinema, na

rádio e na televisão.

Na rádio, onde começou a sua carreira, distinguiu-se a declamar poesia e como atriz de teatro radiofónico.

Foi também por esta altura que, aos 21 anos, Carmen Dolores aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres

Portuguesas, uma organização feminista de defesa dos direitos sociais e políticos das mulheres, que o regime

do Estado Novo viria a encerrar em 1947.

Na televisão, participou em várias telenovelas, como A Banqueira do Povo ou A Lenda da Garça.

No teatro, Carmen Dolores estreou-se em 1945, no Teatro da Trindade, com Electra, a mensageira dos

deuses, de Jean Giraudoux. Em 1951, passou a trabalhar no Teatro Nacional D. Maria II, sob a direção de

Amélia Rey Colaço, onde participou em peças como o Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Ao longo das

décadas, esteve ainda ligada, entre outros, ao Teatro Nacional Popular, assim como ao Teatro Moderno de

Lisboa, que ajudou a fundar, em 1961.

Foi também protagonista em vários filmes de cinema, como Amor de Perdição, de Leitão de Barros, ou A

Balada da Praia dos Cães, de José Fonseca e Costa.

Carmen Dolores teve uma profícua carreira de mais de 60 anos. Retirar-se-ia dos palcos aos 81 anos, com

a peça Copenhaga, no Teatro Aberto, encenada por João Lourenço.

O percurso desta notável atriz foi reconhecido pelo público, assim como por várias entidades, tendo-lhe

sido atribuída a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, o Prémio Sophia de Carreira da Academia

Portuguesa de Cinema, ou o Prémio António Quadros de Teatro.

Carmen Dolores foi ainda distinguida como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo

Presidente da República Jorge Sampaio e, em 2018, como Grande-Oficial da Ordem do Mérito, pelo

Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, distinção conferida no Teatro da Trindade (cuja sala

principal tem hoje, merecidamente, o seu nome).

As reações à sua morte comprovam a admiração e o prestígio de que gozava, nomeadamente entre os

seus pares de profissão, que lhe destacam as qualidades humanas, assim como o empenho na defesa dos

profissionais das artes, tendo sido uma das fundadoras da Casa do Artista.

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