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7 DE FEVEREIRO DE 2025

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PROJETO DE VOTO N.º 555/XVI/1.ª

DE PESAR PELA MORTE DE MARIA TERESA HORTA

(Texto inicial)

No dia 4 de fevereiro, morreu, aos 87 anos, Maria Teresa Horta.

Nascida em Lisboa, a 20 de maio de 1937, Maria Teresa Horta foi poetisa, escritora e jornalista, sem

renunciar aos combates cívicos. A sua obra literária, iniciada na década de 1960 com a publicação dos

primeiros volumes de poesia, cresceu para abranger outros géneros literários, como o romance e o texto

jornalístico.

Em 1972, escreveu, com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, as Novas Cartas Portuguesas

(1972), obra seminal do pensamento feminista português e texto decisivo de oposição ao Estado Novo, pelo

qual as autoras seriam levadas a tribunal pelo regime. O julgamento das «Três Marias», que se prolongou por

dois anos, até ao rescaldo da revolução, agitou a consciência pública do País e atraiu a atenção de grandes

nomes do panorama mundial, como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras.

Já em democracia, Maria Teresa Horta permaneceu uma empenhada defensora dos direitos humanos e da

liberdade. Colaborou, como jornalista, com diversos periódicos, entre eles o extinto A Capital, onde coordenou

com grande qualidade o suplemento Literatura e Arte. Foi ainda diretora da revista Mulheres e entrevistou

grandes vultos femininos da política, cultura e sociedade.

Recebeu diversos prémios literários, entre os quais o Prémio Consagração de Carreira, da Sociedade

Portuguesa de Autores, em 2014, e a Medalha de Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, em 2020. Foi

também declarada Doutora Honoris Causa pelo ISPA – Instituto Universitário. A BBC considerou-a, em 2024,

uma das cem mulheres mais influentes do mundo.

Recebeu ainda, em 2004, o Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, e, em 2022, o de

Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, manifesta o seu profundo pesar pela morte de Maria

Teresa Horta, figura cuja obra e cujo empenho cívico criaram lastro na cultura do País. O legado que nos deixa

– na literatura e na poesia, no jornalismo e na causa pública – continuará certamente a marcar a nossa vida

comum. À família, aos amigos e aos admiradores, endereçamos votos de sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 5 de fevereiro de 2025.

Alteração do texto inicial a pedido do autor

No dia 4 de fevereiro, morreu, aos 87 anos, Maria Teresa Horta.

Nascida em Lisboa, em 1937, Maria Teresa Horta foi poetisa, escritora e jornalista, com um percurso de

vida marcado pela resistência ao fascismo e pelo ativismo em defesa da democracia e da emancipação da

mulher. A sua obra literária, iniciada na década de 1960 com a publicação dos primeiros volumes de poesia,

cresceu para abranger outros géneros literários, como o romance e o texto jornalístico.

Em 1972, escreveu, com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, as Novas Cartas Portuguesas

(1972), obra seminal do pensamento feminista português e texto decisivo de oposição ao Estado Novo. O livro,

que denunciava a situação política do País, a Guerra Colonial, a condição da mulher, a emigração e a falta de

perspetivas para o futuro dos jovens, agitou a consciência pública do País e desembocou num processo

judicial politicamente motivado. O julgamento das «Três Marias», que se prolongou por dois anos, até ao

rescaldo da revolução, atraiu a atenção de grandes nomes do panorama mundial, como Simone de Beauvoir e

Marguerite Duras.

Já em democracia, Maria Teresa Horta permaneceu uma empenhada defensora dos direitos humanos e da

liberdade. Colaborou, como jornalista, com diversos periódicos, entre eles o extinto A Capital, onde coordenou

com grande qualidade o suplemento Literatura e Arte. Foi ainda diretora da revista Mulheres e entrevistou

grandes vultos femininos da política, cultura e sociedade.