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0538 | II Série C - Número 031 | 19 de Junho de 2004

 

Acompanhou esta visita/reunião de trabalho em representação do Sr. Governador Civil do Distrito de Braga Dr. António de Araújo, o Sr. Dr. José Agostinho Veloso da Silva.
Estiveram também presentes nesta visita de trabalho os Srs. Deputados eleitos pelo círculo eleitoral do Porto:

" Goreti Machado (PSD);
" Rui Miguel Ribeiro PSD);
" António Braga (PS).
" Ricardo Gonçalves (PS).

Após os cumprimentos e as saudações protocolares, teve início uma sessão de trabalho, de carácter essencialmente informativo e explicativo.
Foi distribuído à Comissão um dossier sobre o novo estádio que fica anexo ao presente relatório e inclui:

" Parque Urbano Norte;
" Arquitectura do Estádio;
" Engenharia;
" Evolução da Obra;
" Segurança;
" Mapa de Empreitadas e de Fornecimentos
" Estrutura da Fiscalização;

O Sr. Eng.º Luís Afonso Bastos começou a sua intervenção realçando estarmos perante uma obra que tem sido unanimemente considerada como uma obra de arte que alia o apuro e o rigor formal da arquitectura ao arrojo da engenharia de betão. A sua originalidade e a sua beleza têm atraído a atenção de artistas, arquitectos e escolas de toda a Europa que pedem informações e que aqui se têm deslocado em visitas de estudo, no decurso do processo construtivo.
A construção deste novo estádio faz parte de um projecto de desenvolvimento estratégico. O estádio está integrado no projecto mais amplo do "Parque Desportivo de Dume", situado na encosta norte do Monte Castro, projectado como uma operação de recuperação paisagística de uma antiga e abandonada pedreira.
Tratou-se de recuperar 55 hectares de terreno, infra-estruturando, regularizando linhas de água, construindo galerias técnicas, acessibilidades e parques de estacionamento. Esta área contará com uma parte desportiva (estádio, piscina olímpica, pavilhão multiusos e campos de ténis) e com uma parte de lazer (parque temático e área arborizada, com percursos pedestres).
Referiu como características mais salientes da obra:

- A sua capacidade de integração num espaço degradado, encaixando-se harmoniosamente num local fortemente alterado pela existência de numerosas pedreiras, circunstância que obrigou a difíceis e demoradas operações de escavação, retirando 1 700 000 metros cúbicos de pedra;
- A sua abertura ao exterior, permitindo a ligação à paisagem envolvente, num efeito fortemente cenográfico, sublinhada pela inexistência de bancadas nos topos norte e sul. A norte aberto ao vale do Cavado e às zonas montanhosas das Terras de Bouro e a sul aberto à encosta granítica do futuro parque;
- A sua funcionalidade marcada por zonas e percursos próprios e diferenciados para o público em geral, empresas, convidados, jornalistas que confluem num amplo espaço comum de convívio, de circulação e de distribuição, situado por baixo do relvado. Funcionalidade marcada, ainda, pela distribuição dos serviços de apoio (instalações sanitárias, pronto socorro, bares, sala de controlo, centro de imprensa e restaurante) por diferentes pisos nas diferentes bancadas;
- A cobertura constitui a sua mais singular marca distintiva, unindo as duas bancadas com lajes de betão armado, pesando 10 000 toneladas que, como num exercício de prestidigitação, se transformam em 68 linhas de cabos de aço balançando em espaço aberto por cima do relvado.

Também do ponto de vista da engenharia se está perante uma obra brilhante que se desenvolve em quatro corpos autónomos: a bancada nascente, fortemente marcada por pilares de betão armado com 60 metros de altura, sem qualquer apoio natural; o corpo central constituído pelo relvado e por duas caves onde se situam a ampla sala de convívio, circulação e distribuição, a sala de conferências, a recepção e os balneários; a bancada poente em lajes de betão ligadas ao maciço rochoso e a cobertura.
Referiu, por último, ter-se chegado ao fim desta complexa e arriscada obra com baixos índices de sinistralidade, em termos dos padrões rigorosos da Organização Mundial de Saúde, o que se ficou a dever à adopção de uma eficiente, atenta e empenhada política de segurança no trabalho, da responsabilidade dos próprios serviços camarários.
O Sr. Presidente da Câmara começou por fazer um breve historial deste projecto, anterior ao Euro 2004, de transformação e de reabilitação de 55 hectares de terreno, marcado por graves feridas ecológicas, num amplo parque florestal de lazer e num moderno, atractivo e funcional parque desportivo. O Euro 2004 apenas veio alterar as prioridades, na medida em que a construção do estádio corresponderia, de acordo com o programa inicial, ao fecho dessa obra.
Em boa hora a Câmara Municipal de Braga, por unanimidade e apesar do seu maior custo, aderiu à proposta alternativa do Arquitecto Souto Moura de localizar o estádio nas feridas das antigas pedreiras, reconvertendo um espaço degradado numa obra de arte que já leva o nome da cidade de Braga ao resto da Europa, em termos de não mais se poder falar de arquitectura europeia contemporânea sem se referir o novo "Estádio Municipal de Braga".
Tratou-se de um acto de grande coragem política, tomado conscientemente e sem prejuízo das restantes responsabilidades camarárias perante os seus munícipes.
A Câmara tinha capacidade de endividamento, fruto de contas municipais saudáveis, e a obra avançou com recurso a empréstimos bancários, de forma a não prejudicar o número e o ritmo das realizações camarárias, programadas e em execução.
Apesar de se ter optado por uma solução mais cara, não recebemos nem mais um tostão do Orçamento do Estado. As ajudas mantiveram-se em função do número de lugares e foram pagas com recurso a verbas comunitárias. O Estado pagou através dos fundos comunitários e recebeu o IVA, sem possibilidades de recuperação pela autarquia, o