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5 | II Série C - Número: 004 | 7 de Outubro de 2006


Centro Europeu de Relações Públicas), Dr. Stephan Singer, Responsável pela Política Climática da WWFInternational (comentário do Dr. Daniel Murdiyarso, Cientista Sênior do Centro para a Pesquisa Florestal Internacional, com sede na Indonésia).
De realçar, entre todas as intervenções, a proferida pela Prof. Jacqueline McGlade, que lembrou alguns dos impactos que as alterações climáticas geram, designadamente as vagas de calor, responsáveis por milhares de mortos e pelo aumento do número e dimensão dos incêndios florestais, as precipitações excessivas e as consequentes cheias, os longos períodos de seca que têm contribuído para um aumento da desertificação, o aumento da frequência com que ocorrem fenómenos meteorológicos extremos como tufões, ciclones, tornados ou tempestades tropicais. Lembrou ainda que a União Europeia se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (com base no ano de 1990) entre 15 e 30% até 2020 e de 60 a 80% até 2050, mas que os últimos relatórios conhecidos não eram encorajadores. Referiu ainda a captura e armazenamento de CO
2 como um processo com futuro.
O Prof. Munasinghe, do IPCC, alertou para as implicações das alterações climáticas no desenvolvimento sustentável, afirmando que estas põem em risco os objectivos do desenvolvimento sustentável. Colocou o acento tónico na necessidade da adaptação como forma de minimizar os efeitos das alterações climáticas.
Apelou à cooperação entre nações para combater as alterações climáticas e os seus efeitos nefastos, efeitos esses que são muito diferenciados caso estejamos em presença de países desenvolvidos ou em países pobres, onde as alterações climáticas são responsáveis, por exemplo, pelo aumento da pobreza e da fome.
Concluiu, afirmando que possuímos já o conhecimento e as ferramentas para combater este problema e que urge actuar com firmeza em nome de um mundo mais sustentável. Na sua intervenção o Director para as Alterações Climáticas do Departamento Geral de Ambiente da Comissão Europeia, Mr. Jos Delbeke, fez um historial dos compromissos da União Europeia em matéria de alterações climáticas, referiu a necessidade de se investir em energia limpa na Ásia, analisou em pormenor o mercado do carbono e a sua evolução e referenciou as iniciativas de cooperação bilaterais e multilaterais que a União Europeia tem actualmente em curso em sede de alterações climáticas. Afirmou ainda que o sequestro e armazenamento de carbono constitui uma janela de oportunidade para a Europa e que esta nova tecnologia pode muito bem ser a alternativa ao ressurgimento de uma politica energética europeia de forte pendor nuclear. Para Delbeke uma das maiores virtudes do mercado de carbono é a possibilidade de transferência de tecnologias limpas entre países ricos e países pobres.
Richard Bradley alertou para o facto de nos próximos anos a máquina produtiva continuar muito dependente das energias fósseis, pelo que o caminho a seguir é o da mitigação de efeitos via eficiência energética, sequestro e armazenamento de carbono e investigação e desenvolvimento de novas tecnologias.
Segundo este especialista, a eficiência energética é de todas as medidas aquela que tem maior potencial de redução de emissão de CO
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, seguida das energias renováveis. Para Bradley a eficiência energética pode representar uma poupança de 50% face ao consumo energético actual. Terminou usando uma expressão muito feliz: «Com uma política de eficiência energética, são as pequenas coisas que importam!».
Gary Gardner, Director de Investigação do Worldwatch Institute, alertou para o facto da dependência de energias fosseis contribuir para o aumento da instabilidade climática e energética a nível mundial. Também para este especialista o recurso a energias renováveis e a eficiência energética estão muito abaixo do seu potencial. No caso das energias renováveis, o potencial actualmente instalado representa menos de 1% do seu potencial técnico mundial. Em anexo, seguem algumas das apresentações (Anexo 3).

4 — Conclusões

No final do trabalhos deste DEA conseguiu-se aprovar uma declaração conjunta que foi entregue aos Chefes de Estado e de Governo que participaram na 6.ª Cimeira dos Encontros Ásia-Europa (ASEM), nos dias 10 e 11 de Setembro (Anexo 4 — Declaração). Esta declaração constitui um resumo das conclusões que foram sendo conseguidas ao longo dos trabalhos e consagra um conjunto significativo de objectivos que esperamos venham a ser introduzidos nas estratégias de desenvolvimento dos países que integram a Cimeira Ásia- Europa.
Uma palavra final de agradecimento ao Sr. Embaixador de Portugal em Helsínquia, que foi inexcedível no apoio institucional e logístico que amavelmente nos prestou, do primeiro ao último dia.

Palácio de São Bento, 19 de Setembro de 2006.
Os Deputados: Ramos Preto (PS) — Ricardo Martins (PSD). Nota: — Os anexos encontram-se disponíveis, para consulta, nos serviços de apoio.

A Divisão de Redacção e Apoio Audiovisual.