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II SÉRIE-D — NÚMERO 18

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Intervindo, o Presidente da CNECP agradeceu o interesse e a hospitalidade manifestada pelas autoridades

turcas para com esta delegação, para quem foi uma honra poder visitar o Parlamento turco. Sublinhou o papel

determinante desempenhado pela Turquia no auxílio aos refugiados da guerra síria, e o facto de Portugal, na

escala das suas possibilidades, ter igualmente aberto as suas portas a cerca de 600 refugiados sírios, atitudes

que têm servido de exemplo na Europa, onde, infelizmente, campeiam movimentos populistas de cariz

nacionalista.

Retomando a palavra, relembrou o Senhor Bozkïr que, em virtude da forma como decorreu todo o processo

de adesão da Turquia à União, hoje, apenas 25% dos turcos a consideram essencial, embora o Governo

mantenha a firme intenção de manter vivo tal ensejo. Mas assumiu que uma eventual adesão da Turquia teria

levado, por motivos de competitividade relativa, à destruição de 5 ou 6 setores fundamentais da economia

turca. Entretanto, enfatizou o facto de se manterem vigentes diversos acordos com a União Europeia, em

áreas tão relevantes quanto o comércio e as alfândegas.

Aspeto da sessão na Comissão de Negócios Estrangeiros turca.

Por tais motivos, a Turquia não tem pressa nem impõe quaisquer datas para uma eventual adesão,

preferindo passos firmes, a proclamações políticas. Recordou, contudo, que à data da decisão acerca da

adesão da Turquia, nove cadeias televisivas faziam a transmissão em direto, pois todos os turcos prestavam

ao assunto a maior atenção. Hoje, tal interesse é muito inferior. Lamentou, por exemplo, que o Parlamento

Europeu, muitas vezes em virtude da nacionalidade dos seus representantes e responsáveis, não tenham

cumprido a sua missão da melhor forma (foi referido o caso dos gregos que presidindo a diversas Comissões,

não conseguiram abstrair-se, enquanto responsáveis europeus, do conflito existente entre Grécia e Turquia).

O Presidente da CNECP, Deputado Sérgio Sousa Pinto, referiu que os problemas da adesão são

essencialmente políticos, tendo relembrado que Portugal sempre foi favorável à adesão da Turquia à União.

Salientou, porém, que este e outros problemas na atualidade europeia obrigam a repensar a «arquitetura do

Euro» enquanto fator central para o progresso do projeto europeu. Em matéria de migrações, referiu que a

imigração ilegal tem vindo a baixar nos últimos anos, realidade que não chega ao conhecimento, como

deveria, das opiniões públicas dos diferentes Estados-Membros.

Voltando a intervir, referiu o Senhor Boskïr que a população europeia sofre uma evidente insegurança

económica com reflexos no seu bem-estar, criando condições para que emerjam radicalismos de diversa