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II SÉRIE-D — NÚMERO 30

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partilhada, ação comum: uma Europa mais forte». Esta estratégia, que pretende orientar a política externa e

de segurança da UE nos próximos anos, foi apresentada ao Conselho Europeu em 28 de junho, tendo sido

adotadas Conclusões sobre esta matéria no Conselho em 17 de outubro de 2016.

Relativamente às principais prioridades da Estratégia, estas são a segurança e defesa, que inclui também o

reforço da resiliência e uma abordagem integrada dos conflitos e das crises, o reforço do nexo entre política

interna e externa, a atualização das estratégias regionais e temáticas existentes a promoção de um sistema

internacional baseado no direito e nas regras, a preparação de novas estratégias e o reforço dos esforços no

domínio da diplomacia pública.

A intervenção de Federica Mogherini apresentou o balanço e o relatório de três anos de implementação

desta estratégia, sendo de destacar a referência de que «a UE deve tornar-se cada vez mas autónoma,

incluindo em termos estratégicos (…), capaz de agir em conjunto com os seus parceiros, mas de atuar sozinha

quando necessário…)».

A Alta-Representante destacou ainda o papel essencial dos Parlamentos nacionais, não só na

monitorização e escrutínio destes compromissos em matéria de defesa mas também no que diz respeito à

dimensão orçamental que lhe está associada.

No período de debate que se seguiu, foram colocadas questões relativas ao relacionamento com a China,

aos Balcãs Ocidentais e à possível exigência de que tenham de ser membros da NATO para aderir à UE, ao

Irão, à coerência entre as várias políticas que compõem a ação externa da UE e à solidariedade nos termos do

artigo 42.º, n.º 7, do TUE.

Nas respostas, F. Mogherini referiu que a UE tem adotado uma postura estratégica coerente e unificada

com a China, salientado que, quanto mais clara for a posição da UE, mais fácil se torna o diálogo com Pequim.

Quanto aos Balcãs, considerou que a pertença à NATO não pode ser critério de adesão, dando o exemplo da

Finlândia como Estado-Membro da UE e não da NATO. Sobre a coerência das políticas, salientou que a UE se

tem empenhado em promover uma ligação efetiva entre os vários domínios da ação externa (comércio,

defesa, direitos humanos), trabalho que importa aprofundar. Finalmente, relativamente ao Irão, sublinhou que

o desafio principal é manter o JCPOA em vigor e assegurar a unidade dos Estados-Membros na sua

aplicação.

SESSÃO III

14h30 – 16h00: restaurar a unidade transatlântica nos assuntos globais

Moderadora: Teija Tiilikainen, Diretora do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais

Oradores:

Carl Bildt, Copresidente do Conselho Europeu para as Relações Externas

Heather Conley, Vice-Presidente do Centro para os Estudos Estratégicos e Internacionais

Robin Niblett, Diretor da Chatham House

A moderadora introduziu o tema, referindo que a ideia de uma Europa unida e forte costumava ser um

interesse estratégico vital dos EUA, vetor esse que parece estar posto em causa atualmente. Lançando o

debate, manifestou expectativa de que os intervenientes pudessem identificar caminhos para restaurar esta

relação.

Carl Bildt, Copresidente do Conselho Europeu para as Relações Externas, começando por fazer alusão a

duas análises académicas sobre esta matéria1 afirmou que é o momento de repensar tudo. Com efeito,

assinalou que UE foi desenhada para um mundo diferente daquele que existe hoje, um mundo bipolar em que

a coesão e afirmação da UE correspondiam a um interesse estratégico de um dos polos. Na verdade,

prosseguiu, a posterior afirmação dos EUA como potência de mundo unipolar teve sempre subjacente uma

perspetiva foi sempre de cariz multilateral, favorável à ideia da integração europeia e sua projeção. No

entanto, isso mudou: i) a Presidência Trump trouxe algo de fundamentalmente diferente em termos de

isolamento e posicionamento da administração americana. Mesmo após a Presidência Trump, o mundo será

1 Disponíveis em https://www.ecfr.eu/publications/summary/how_europe_can_stand_up_for_itself_in_the_next_five_years_eu_foreign_policy e https://www.ecfr.eu/page/-/1_Empowering_EU_member_states_with_strategic_sovereignty.pdf