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9 DE MAIO DE 2019

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em resolução) pelo Comandante das Operações de Socorro. A ação de ATA pode mesmo iniciar-se antes de

se atingirem os primeiros 90 minutos de operação quando a previsão da evolução do incêndio, efetuada pelo

COS, assim o determine" (Relatório do Observatório 2018).

Operacionalmente, o incêndio de Perna da Negra em Monchique passou à fase ATA às 15:02 horas do dia

03AGO2018. No “Relatório de Primeiras Impressões ao incêndio de Monchique” elaborado pelo Comandante

Operacional Distrital de Faro, foram sucessivamente solicitados ao Comando Nacional um conjunto

significativo de meios, pedidos esses integralmente correspondidos, nomeadamente quatro Grupos de Reforço

para Incêndios Florestais (GRIF), uma bateria de máquinas de rasto, grupos dos GIPS e da FEB e pelotões

militares. A prontidão e despacho de meios foi facilitada pela ausência de incêndios significativos e

simultâneos no país, o que permitiu a mobilização máxima dos diversos recursos.

A significativa mobilização de reforço de meios nesta fase do ATA (meios aéreos pesados e grupos de

reforço) conseguiu-se através de um processo de balanceamento de meios intradistritais de socorro e apoio

terrestres, por despacho do CDOS, e/ou de meios interdistritais ou nacionais terrestres e aéreos, por despacho

do CNOS. Houve também cooperação de outros organismos ou instituições nacionais ou estrangeiras, tendo

sido ativado o acordo bilateral com Espanha, que permitiu a mobilização de três meios aéreos pesados

Canadair.

Entre as 23:00 horas do dia 3 de agosto e as 08:30 horas do dia 4 de agosto a área ardida acumulada e

perímetro evoluíram de 325 ha e 9 km para 535 ha e 12 km. O incêndio, agora sob condições

pirometeorológicas menos adversas e estando disponíveis um conjunto apreciável de recursos de combate,

esteve muito perto de ser dominado na manhã do dia 4 de agosto, constituindo essa a primeira oportunidade

perdida para o seu controlo. A janela de oportunidade persistiu até às 12:00 horas de 4 de agosto, não tendo

sido “fechadas” e/ou vigiadas adequadamente as linhas de controlo. Poderão ser avocadas dificuldades

impostas pela orografia, condicionando a materialização das determinações operacionais. Contudo, o relatório

do Comandante Operacional Distrital de Faro refere “…falta de atitude e proatividade, por parte de algumas

equipas e grupos em alguns momentos, incluindo o facto de não realizarem tarefas de consolidação da

extinção, quando tal lhes foi solicitado.”. Este tema será desenvolvido mais adiante quando tratada a questão

específica do rescaldo.

No dia 5 de agosto foi consolidada a zona norte do incêndio e é estabelecida uma estratégia no sentido de

o dominar durante a noite de 5 para 6 de agosto. Para o efeito são solicitados meios adicionais de modo a

garantir operacionais com maior disponibilidade física, tendo-se somado ao dispositivo de extinção do incêndio

mais seis GRIF, máquinas de rasto, FEB e GIPS. Durante a tarde as condições meteorológicas agravaram-se,

embora no período noturno se tenha colocado o plano estratégico em ação conforme previsto. Ainda assim, a

capacidade de antecipação dos meios de combate foi insuficiente e o incêndio propagou-se de forma violenta

e rápida até à EN 266, que constituía a linha de controlo, alcançando em poucas horas a povoação de Alferce.

É ao início da noite que o incêndio entra na vila de Monchique, obrigando a um reforço adicional de meios para

a sua defesa perimetral.

Na manhã do dia 6 a estratégia de ataque ampliado pareceu finalmente dar frutos, registando-se na fita de

tempo que “…95% do perímetro não existe chama ativa, no entanto existem muitos pontos quentes que têm

todas as condições para terem reativações fortes sem capacidade de combate, atendendo a que as mesmas

podem ocorrer em zonas inacessíveis a meios terrestres e com limitação de operação com meios aéreos, o

que não permitirá retardar a progressão do incêndio de forma a projetar meios terrestres.” Nesta fase do

incêndio, o potencial de reativação com intensidade dos flancos do incêndio aparenta ter sido subavaliado,

considerando que 5% do perímetro estava por consolidar, o que corresponde a aproximadamente 4 km. Sendo

assim, parece-nos ter sido perdida mais uma oportunidade para controlar o incêndio. Na tarde de dia 6 viam-

se já diversas colunas de fumo (Figura 20).