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• Em 2018-2020 o n.º de ignições herdou a trajetória descendente do período anterior,

com desvios negativos mais pronunciados nos dias de perigo meteorológico de incêndio

muito elevado ou extremo, ainda que a probabilidade de ocorrência nas áreas sujeitas

a regime florestal e nas áreas protegidas não tenha diminuído nesses dias críticos;

• Melhorias na prontidão e combate aos incêndios foram visíveis na menor probabilidade

de uma ocorrência de fogo rural exceder 1 ha de dimensão em 2018-2020. Contudo, e

apesar da duração dos fogos ≥1 ha ter diminuído, a sua dimensão aumentou, o que se

deve principalmente a 2020;

• Face ao período de referência, não houve em 2018-2020 alterações na probabilidade

de ocorrência de grandes incêndios nem na sua dimensão.

Os resultados de 2018-2020 não são alheios ao impacto da enorme área ardida registada em

2017, tal como os resultados crescentemente insatisfatórios ao longo de 2008-2017 não são

dissociáveis da recuperação da vegetação após 2003-2006. O processo de análise não tem

capacidade para filtrar essa influência. Contudo, o modelo descritivo da área ardida anual que

integra o efeito dos incêndios passados na «disponibilidade» de território passível de arder

estima para 2018-2020 uma redução na área ardida de 39% face ao que seria expectável. Tal

sugere progressos no desempenho global da gestão do fogo em Portugal.

Por outro lado, e não desvalorizando as melhorias necessárias na cadeia que vai da

preparação à supressão, o facto do desvio da área ardida ser de apenas -2% em 2020 indica

que há um longo caminho a percorrer na gestão do território rural no sentido de o tornar mais

resistente à propagação do fogo.

É claro que a área ardida é um indicador bastante imperfeito dos impactes dos incêndios

(Moreira et al. 2020). Um melhor indicador deverá sempre ter em conta as condições

meteorológicas e a severidade, ou os impactes que lhe estão associados. Desta forma, as

tarefas de avaliação do futuro Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais deverão

considerar a pirometeorologia e recorrer a indicadores objetivos dos impactes negativos (e

positivos) dos fogos no âmbito das melhores práticas de análise de risco. Neste sentido, a

tendência verificada em 2018-2020 de diminuição da área percorrida por fogos de reduzida

severidade, potencialmente classificáveis como de gestão, é preocupante e contraproducente,

uma vez que contraria as iniciativas de apoio às queimadas pastoris em curso e os esforços

de expansão da técnica do fogo controlado.4

4 Considerando que muitos destes fogos ocorrem em perímetros florestais e em áreas protegidas, os fogos potencialmente classificáveis como de gestão deveriam ser monitorizados pelo ICNF enquanto gestor do espaço em causa e num período em que o dispositivo de supressão tem menor capacidade de intervenção.

28 DE DEZEMBRO DE 2020______________________________________________________________________________________________________

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