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de 19 de Maio de 19S6

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O tempo que se pode dedicar à educação física é tam pouco que os seus resultados são quási nulos.

Instruí e fiz instruir, sob as minhas ordens, muitos milhares de recrutas, de modo que sei que não é possível fazer nada que lhes dê mais do que um pouco de desembaraço.

O desenvolvimento deve ser adquirido antes de o indivíduo ir para as fileiras. E certo que toda a instrugão militar, seja na parada do quartel ou no campo, constitui uma boa gimnástica aplicada. É certo também que com uma gimnástica propriamente técnica não se pode ocupar senão um número muito limitado de lições.

A educação física tem o seu lugar marcado na escola, ou em estabelecimentos apropriados, onde se possa fazer eficazmente, actuando na criança e no homem novo.

Mesmo na idade em que o indivíduo é encorporado já é um pouco tarde para se tratar do seu desenvolvimento físico, sobretudo num país em que a maior parte do contingente provém das populações rurais.

Não se imagine, nestas condições, que serão alguns exercícios de gimnástica que irão produzir um grande desenvolvimento em homens que passam a sua vida anterior a fazer exercícios violentíssimos. Pode-se, quando muito, dar um pouco mais de flexibilidade, mas o seu organismo já se não modifica facilmente noutro sentido.

O que penso a respeito da educação física penso também a respeito da instrução militar preparatória. Esta tem também o seu lugar na escola, ou nos sítios onde possa ser feita progressivamente. Tal como estava estabelecida entre nós, tinha os seus quês de comédia.

Eu nunca dirigi, felizmente, essa instrução, mas pude observá-la e vi que os seus resutados eram absolutamente contraproducentes. Não'se consegue com ela mais do que a instrução que o indivíduo pode adquirir em oito ou quinze dias de encorporação, e era contra a disciplina. Felizmente caiu em desuso e ainda bem.

Neste capítulo 2.° que está em discussão, sobre aviação, vejo qtíe foi reduzida praticamente a verba em 5líO contos.. Ora essa quantia é alguma cousa para um» serviço que é caro, que ó incipiente entre nós, e que precisa de se desenvolver. E,

além disso, um serviço que, como muito bem afirmou o Sr. general Roberto Baptista, não se pode improvisar: é preciso estar bem dotado em material e ter o pessoal devidamente habilitado.

Parece-me, portanto, exagerado um corte desta maneira.

Há porém um ponto que me leva a propor uma emenda, a fim de ser mantida a proposta orçamental do Ministério da Guerra: é o que diz respeito ao campo internacional de aterragem de Alverca.

Este campo internacional está a cargo do Ministério da Guerra, e no parecer emitido pela comissão do Orçamento significa-se que esta despesa deverá correr por conta de outros Ministérios: o Ministério dos Estrangeiros e o Ministério do Comércio.

Admito como boa a doutrina, mas o que é facto é que o orçamento do Ministério dos Estrangeiros está votado e nada garante que uma verba análoga seja incluída no orçamento do Ministério do Comércio. Portanto, a ocasião era boa de deixar ficar o que está na proposta ministerial.'

Não é uma cousa banal a organização do campo de aviação internacional em Alverca. Os aviões têm, por emquanto, um 'pequeno raio de acção, pelo que é o momento1 azado para fazer dirigir para aqui o caminho das grandes linhas aéreas. Por isso julgo um dever patriótico votar a verba destinada a organizar o campo internacional de aviação em Alverca, dotando-o com todos os elementos necessários, entre os quais deve contar-se a estação radiotelegráfica.

Neste sentido apresentarei uma proposta.

Disse.

O orador não reviu.