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§es*âo de 19 de Maio de 1026

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Não temos quem trate da educação física -na escola primária. Há no Ministério da Instrução uma repartição com o nome de Inspecção de Sanidade Escolar que só trata da educação física nos liceus. Os alunos das escolas primárias não têm educação física de espécie alguma,

De forma que é absolutamente indispensável pensar a sério na educação física das crianças, na dos adolescentes e até mesmo na dos adultos. Quere-me parecer que o problema nacional é simplesmente de educação, não só de educação física, mas também social.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes: — Sr. Presidente: poucas palavras proferirei acerca do orçamento do Ministério da Guerra. Lançado o grito de alarme pelo Sr. Ferreira de Simas, não quero deixar de o apoiar, começando por dizer que não concordo com a rubrica consignada neste orçamento, como já vinha nos orçamentos anteriores, de «instrução militar preparatória». Na actualidade o que deve haver é educação física obrigatória, devidamente regulada pelas necessidades sociais do momento. Há quatro anos que digo isto, mas ainda não consegui cousa alguma neste sentido.

Não se admite de forma alguma que, na idade do recrutamento, apareçam criaturas absolutamente inaptas, sem condições físicas para soldados. A fórmula seguida hoje em todo o mundo, que constitui condição esbencial para um bom exército é a de que «com bons homens se fazem bons1 soldados».

Foi assim que na guerra se conseguiram os exércitos da vitória.

Em minha opinião, todos os Ministros da Guerra, a primeira cousa que deviam fazer ao tomarem conta da sua pasta era um ofício ao Sr. Ministro da Instrução Pública dizendo: — «estou aqui à frente de um exército, preciso soldados porque aqueles que me dão as juntas de recrutamento são incapazes. Veja este problema que é importantíssimo, estude-o com cuidado».

j Nós não temos maternidades, nem assistência infantil, não temos educação física apropriada na escola primária nem na escola secundária, na escola superior é completa a sua ausência!

Se V. Ex.a amanhã quiser formar unidades militares, não pode porque lhe falta a matéria prima.

A primeira cousa a fazer é cuidar da educação física, e se assim fizermos, dentro de alguns anos temos dentro das fileiras homens robustos, homens sãos.

O Sr. Ferreira de Simas (interrompendo) : —; É preciso também dizer para o Ministério da Instrução Pública que a percentagem dos analfabetos entre os recrutas chega a ser 70 e 80 por cento!

Apoiados.

O Orador:—Tem V. Ex.a murta razão, mas nos gimnásios antigos, onde se fazia educação física, fazia-se também a cultura do espírito. Platão e Aristóteles fizeram as suas lições nos gimnásios gregos.

Mas também, <_ que='que' ser='ser' cabedais='cabedais' a='a' de='de' válido='válido' homem='homem' criatura='criatura' scientíficos='scientíficos' uma='uma' saúde='saúde' serve='serve' p='p' se='se' para='para' dar='dar' um='um' não='não' tem='tem'>

O problema está de facto na assistência e na educação*. O Ministério da Instrução tem de cuidar a sério neste problema.

E ao Sr. Ministro da Guerra devo dizer que não só o recruta pobre se apresenta mal constituído; sucede o mesmo nas classes mais abastadas. Destes últimos, aqueles que por acaso entram no quadro dos oficiais dão uma percentagem muito desgraçada para a classe dos válidos.

j O Sr. Álvaro de Castro declarou aqui um dia no Senado, quando era Ministro, quo 50 por cento dos oficiais que iam para a Escola de Educação . Física de Mafra não eram admitidos porque não tinham condições físicas para fazer esse curso! É simplesmente triste!

Os problemas de defesa nacional estão malbaratados, o nosso exército não é, nem de longe, o que devia ser. Estas dotações são verdadeiras misérias.

Há outro ponto que eu ainda desejo tratar.

j Já que V. Ex.as não querem sustentar o exército, como Nação armada precisam de educar as classes civis no tiro de guerra. Pois bem, aqui no orçamento V. Ex.a não tem outra dotação para as sociedades de tiro que não sejam os miseráveis 3.600$ anuais!