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Sessão de 19 de Maio de WÈ6

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O Sr. José Pontes (para explicações):— O Sr. Kelator Dão tez senão dar-me razão. Disse S. Ex.a que este assunto não pertence exclusivamente a um Ministério.

Eu preferia que os colocasse no orçamento do Ministério da Instrução.

O Sr. Mendes dos Reis:—Apoiado.

O Orador:—E isto para que não apavorasse a gente leiga nos assuntos de or-çamentologia, porque essa gente não vê na destrinça desse quantitativo a bela obra educativa que se pode fazer, mas diz logo: muito dinheiro se gasta com o Ministério da Guerra!

Ora se o Ministério da Guerra pegasse nessas verbas o as colocasse noutros Ministérios, já sofreria menos crítica da opinião geral.

Entretanto, S. Ex.a o Sr. Ministro da Guerra teve esse rasgo de generosidade, distribuindo no orçamento do seu Ministério uma verba para os escoteiros e adueiros, que ali não cabem mal, por que podem ser considerados como uma escola preparatória.

, Mas, para o público que critica os trabalhos orçamentais, S. Ex.a podia ter aliviado, o seu orçamento dessa verba, para que se dissesse: veja-se as economias do Ministério da Guerra. Não- o fez S. Ex.a A crítica pode vir que o seu gesto terá defesa.

Quanto à festa de educação física, também o Sr. Ministro da Guerra teve para ela um acto de generosidade.

Kèlativamente à verba de 3:600(5 para o tiro nacional português, com essa não estou de acordo, nem posso estar, porque ela diz respeito principalmente ao Ministério da Guerra.

O Sr. Mendes dos Reis : — As verbas gastas nas carreiras de tiro não estão incluídas nestas.

O Orador: — Eu sei a mecânica desse trabalho. Bem sei que esta verba é como subsídio à Federação do Tiro Nacional.

Mas como a Federação do Tiro Nacional tem uma verba exígua e não pode intensificar a sua acção, essa verba é pequena, mas é já alguma cousa. Não seria mau que ela tivesse sido aumentada, em detrimento de muitas outras verbas.

Pelo que respeita à organização dos serviços de educação física, estamos inteiramente de acordo. É preciso começar pelo princípio. Não se pode trabalhar no campo de educação física, sem ter uma escola dessa especialidade.

No campo entrincheirado brigam com falta de material e com falta de dinheiro.

E pena que estas cousas só se digam na ocasião da discussão do Orçamento, e não se digam sempre.

No emtanto, eu, mais uma vez tive ensejo de dizer ao Sr. Ministro da Guerra que fez muito bem em ter esse rasgo de generosidade para quatro associações que bem merecem auxílio. Foi talvez S. Ex.a um pouco apertado relativamente ao auxílio prestado à Federação do Tiro Nacional, pois que essa instituição tem 47 núcleos e a sua propaganda tem um fim altamente patriótico, que é a defesa da Nação, para que amanhã, no caso de uma convulsão nacional, haja gente apta a defender o território pátrio.

E ainda a propósito das observações do Sr. Mendes dos Reis, com as quais estou de acordo, direi que preside a esta Câmara um homem que também foi Ministro da Guerra, qu'e é um autêntico militar — o Sr. Correia Barreto — que, com certeza, está de acordo com as minhas considerações.

Apoiados.

O problema exige o cuidado de todos.

Se temos necessidade de ter a Nação armada, constituamos um exército digno da nossa terra, capaz-de uma acção de resistência física que amanhã lhe possamos impor.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (JosédeMas-carenhas): — Sr. Presidente: não posso deixar de felicitar S. Ex.a o Sr. Pontes pelo calor que tomou na discussão deste assunto, demonstrando mais uma vez os vastíssimos conhecimentos que tem o o interesse que o mesmo assunto lhe merece. S. Ex.a é o homem a quem mais se deve na questão de educação física. E um batalhador que não esmorece. Trabalha constantemente dentro dessa idea que o anima e que é das mais interessantes para a vitalidade do nosso País.